Os países da América do Sul desempenharam sua parte na ajuda para resolver os desequilíbrios econômicos globais e, portanto, devem ter liberdade para controlar o fluxo de capital que apresente potencial de superaquecimento, disse Nicolas Eyzaguirre, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.

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Segundo ele, a maioria dos países na região fizeram a coisa certa ao permitirem que suas moedas se valorizassem no período desde a crise financeira de 2008. Mas, agora, estes países enfrentam riscos se uma parte muito grande da liquidez excedente do mundo se dirigir para a região e não para outras parte do mundo, afirmou.

“Há um risco de, se o grosso do excesso de liquidez for para a América Latina, as moedas subirem muito”, disse Eyzaguirre durante a reunião anual do FMI e do Banco Mundial em Washington. “Especialmente na América do Sul, onde o crescimento tem sido mais rápido, o desafio imediato da política será assegurar que as coisas não esquentem muito.”

Em particular, ele notou que a recente decisão do Brasil de aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o capital externo na renda fixa de 2% para 4% foi um uso “adequado” de “regulações macroprudenciais” para conter o risco de superaquecimento. Ele destacou que a valorização estável do real significa que “as importações estão disparando vibrantemente” no Brasil.

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Os países da América Latina não devem necessariamente intervir para depreciar suas moedas, disse Eyzaguirre, mas ele acrescentou que considera apropriado estas medidas sejam usadas para conter a taxa de valorização. Eyzaguirre disse que a vontade da região de deixar as moedas se moverem com o mercado ao mesmo tempo em que se busca evitar “movimentos repentinos” pode ser um modelo para o restante do mundo seguir.

Os comentários foram feitos em meio a um debate cada vez maior entre as grandes economias sobre intervenções no câmbio. Os EUA e a União Europeia têm sido críticos em particular do uso pela China de uma taxa fixa de câmbio para administrar sua moeda, o yuan. O FMI, em contraste com sua avaliação sobre as moedas de livre flutuação da América Latina, tem declarado que o yuan está “substancialmente subvalorizado”. As informações são da Dow Jones.

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