FMI vê exagero em reação à situação da zona do euro

Os problemas enfrentados na zona do euro (grupo das 16 nações que adotam a moeda única) são sérios, mas a resposta dos investidores pode ter sido exagerada, disse o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, em reunião com ministros de finanças europeus. “Como sabemos, a situação é muito séria, mas é impressionante ver como os europeus são capazes de reagir prontamente”, declarou Strauss-Kahn. “Agora, a questão é operacionalizar tudo isto”.

Em sua opinião, os investidores logo terão uma visão realista do tamanho dos problemas enfrentados pela zona do euro. “Em breve, as pessoas voltarão à realidade dos números. A pressão colocada sobre a situação europeia foi provavelmente exagerada”. O ministro de finanças holandês, Jan Kees de Jager, disse não ter dúvidas de que a zona do euro sobreviverá, embora os governos tenham ainda de cortar déficits orçamentários rapidamente. “Os europeus precisam fazer sua parte. Temos de consolidar. Mas, por outro lado, não tenho preocupações sobre a sustentabilidade da região.”

O comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da União Europeia, Olli Rehn, afirmou que o ritmo de depreciação do euro nos últimos dias é a maior preocupação para os ministros e não a taxa de câmbio que a moeda atingiu. O ministro holandês concorda. “A atual taxa de câmbio do euro está perto de sua média histórica”, disse Jager.

Os ministros de finanças europeus tentarão acordar detalhes importantes do chamado “veículo de propósito especial (SPV, em inglês)”, que usarão para emitir títulos nos mercados de capitais internacionais. Os fundos levantados pelo SPV serão usados para prover até 440 bilhões de euros aos países da UE que enfrentam problemas para obter empréstimos a taxas de juros acessíveis.

Também participando da reunião, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, afirmou que os ministros de finanças vão decidir sobre os detalhes do SPV ainda hoje. “Este instrumento de estabilização imita títulos em euro sem ser um título em euro”. As informações são da Dow Jones.

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