O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil, Antonio Spilimbergo, disse que a proposta de reforma da Previdência apresentada ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro é “forte”, mas só essas medidas não serão suficientes para resolver as deterioradas contas fiscais brasileiras, que estão em trajetória insustentável. “Reformas adicionais são necessárias para restaurar a sustentabilidade fiscal do Brasil”, disse durante evento na Fundação Getulio Vargas (FGV) na tarde desta sexta-feira, 15.
O economista do FMI disse que cumprir o teto de gastos nos próximos anos vai exigir reformas fiscais ambiciosas. Uma das necessidades essenciais é reduzir as despesas públicas obrigatórias, aquelas que são atreladas à Constituição e, portanto, são de difícil corte. “É necessário que o Brasil resolva pressões fiscais estruturais”, disse ele.
Spilimbergo ressaltou em sua apresentação que o País precisa tomar medidas para estimular o crescimento e avançar no ajuste das contas públicas, com o lado fiscal da economia em trajetória insustentável. “A economia está presa em um ciclo de baixo crescimento e alto endividamento. A medida que fixa um teto para a alta dos gastos públicos, aprovada no governo de Michel Temer, foi um primeiro passo, mas é preciso mais”, disse ele.
Spilimbergo destacou logo no início de sua apresentação que o desempenho do crescimento do Brasil tem sido fraco nos últimos anos, e em paralelo as finanças públicas têm tido um desempenho ruim. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi alto no passado, mas piorou em anos recentes. Ele ainda ressaltou pontos, como o fato de o Brasil ter uma das economias mais fechadas do mundo. “O Brasil não está integrado à economia global.”
O executivo veio ao País para o lançamento de um livro sobre a trajetória econômica do Brasil nos últimos anos, em evento na Fundação Getulio Vargas (FGV). “O desempenho econômico permanece sem brilho, mas houve progresso social”, disse ao apresentar pontos do livro. “O crescimento da produtividade tem se mantido baixo.” Entre as razões, o economistas mencionou o fato de a economia ser muito fechada, a infraestrutura deficiente e a forte deterioração fiscal.