FMI se posiciona como árbitro na questão cambial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) se posicionou, neste sábado, para atuar como árbitro principal da crescente contenda global cambial. “Todos chegamos a conclusão de que o FMI é o lugar para lidar com estas questões, taxas de câmbio e outros”, disse Youssef Boutros-Ghali, ministro das Finanças do Egito e presidente do IMFC (comitê consultivo do FMI).

Boutros-Ghali disse que o FMI iria fortalecer a supervisão já existente e se transformar em referência para questões cambiais. Ele disse que o FMI também quer desempenhar um papel maior na correção de outros desequilíbrios globais, incluindo acumulação de reservas por alguns países, como a China, Japão e Brasil e fluxos de capital que distorcem o mercado.

Os esforços do FMI seguem-se ao coro de reclamações para que a China acelere a apreciação da sua moeda, o yuan. Na quarta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, disse que políticas cambiais como a da China ameaçavam deflagrar uma guerra cambial. O Japão, Brasil e Coreia do Sul também realizaram intervenções recentes na moeda. O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, fez alusão à iniciativa voltada para o câmbio durante a semana, quando indicou o desejo de que o FMI lançasse a “iniciativa de estabilidade sistêmica” para construir consenso internacional sobre políticas cambiais globais, mas apenas se os membros do Fundo estivessem dispostos a dar suporte ao programa.

Embora, Boutros-Ghali tenha dito que o FMI apoiaria o desenvolvimento de ferramentas multilaterais para supervisão, ainda não está claro quanto apoio teria de líderes como a China e outros do G-20. Strauss-Kahn abordou este conceito durante jantar do G-7, na sexta-feira à noite. O diretor-gerente disse que “do barulho sobre moedas” o FMI provavelmente precisaria adiantar as reformas de supervisão. A China, em particular, tem resistido, usando fóruns internacionais, como o G-20, para lidar com política cambial e também pode representar um obstáculo aos planos de mediação de Strauss-Kahn.

Segundo a proposta, o diretor-gerente iria, em primeiro lugar, fazer uma consulta informal sobre a questão em um esforço para “alcançar entendimento com membros relevantes” e, então, o comitê precisaria “decidir iniciar consultas multilaterais”, segundo o paper. As informações são da Dow Jones.

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