A economia brasileira poderá crescer em 2002 menos do que o esperado no início do ano. A terceira revisão do acordo firmado entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgada hoje (20), revela que agora a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano poderá variar entre 2% e 2,5%. Na segunda revisão do acordo, divulgado em março, a projeção estava cravada em 2,5%.
Além dessa margem de variação para o crescimento da economia, a terceira revisão do acordo trouxe outras pequenas alterações em relação aos demais indicadores econômicos utilizados e às metas a serem cumpridas pelo governo até setembro. As metas de inflação acumuladas em 12 meses por trimestre, por exemplo, foram mantidas, assim como as projeções para o saldo da balança comercial (US$ 5 bilhões) e o volume de investimentos estrangeiros diretos (US$ 18 bilhões).
Entretanto, os técnicos do governo e do Fundo admitem no Memorando de Política Econômica – um dos documentos da revisão que existe um risco de os limites superiores das bandas de inflação serem ultrapassados no segundo e no terceiro trimestre de 2002. Pela análise feita pelos técnicos, a inflação continua sendo pressionada pelo aumento dos preços internacionais do petróleo, o que se tem traduzido em variações de preços acima do esperado no mercado brasileiro de derivados.
Além disso, existe a pressão dos chamados preços administrados ou monitorados, como as tarifas públicas. O limite superior da banda de inflação para o acumulado em 12 meses terminados em junho é de 7,3%, enquanto o do terceiro trimestre é de 6,2%. A inflação medida pelo IPCA em 12 meses até maio já está em 7,77%.
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