O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, acredita que a recuperação da economia global começou, mas alerta que o caminho de crescimento antigo talvez não seja retomado. “A crise deixou cicatrizes profundas, o que afetará tanto a oferta quanto a demanda por muitos anos à frente”, escreveu Blanchard em artigo que será publicado amanhã na revista Finance & Development, do FMI. Mesmo quando a recuperação estiver firme, “a produção potencial poderá ficar abaixo do que estava antes da crise”, afirma o economista.
As economias podem enfrentar dificuldades para voltar ao crescimento “normal” por causa da demanda enfraquecida, acrescenta. Mesmo o retorno do crescimento não será suficientemente forte para reduzir o desemprego, diz Blanchard, que prevê que o desemprego não atingirá seu ponto mais alto até o próximo ano.
Blanchard destaca que os sistemas financeiros em muitos países avançados continuam disfuncionais e alertou que levará tempo para que eles encontrem sua nova forma. Ele acredita que o fluxo de capitais, que sofreu forte recuou durante a crise financeira, levará anos para ser retomado. Além disso, Blanchard sugere que as pessoas aceitem a ideia de um aumento na tributação, afirmando que isso “é inevitável”. Ele manifestou seu apoio às ações de governos para responder à crise com estímulo fiscal, mas alertou que estas medidas provavelmente não poderão ser mantidas por muito tempo. As informações são da Dow Jones.