O governo de Barack Obama deve tomar medidas mais agressivas, incluindo o aumento da receita de impostos, para conter o déficit orçamentário e a dívida pública dos Estados Unidos sem prejudicar a recuperação do crescimento. A avaliação foi feita hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em relatório.
Segundo o documento, a perspectiva para a economia norte-americana melhorou, mas o governo está usando concepções exageradamente otimistas em seu plano para cortar o déficit até 2013 e estabilizar a dívida pública em 70% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2015. As atuais políticas elevarão a dívida a 95% do PIB em 2020, prevê o FMI.
Alguns ajustes podem ser obtidos por meio de cortes de gastos, mas o FMI também destacou que alguma forma de aumento de imposto será necessária. A recomendação coloca um duro desafio para os políticos norte-americanos, geralmente pouco afeitos à elevação de impostos. Os possíveis alvos, diz o fundo, incluem a popular dedução para juros sobre hipotecas, aumento de impostos de energia ou imposição de um imposto nacional de consumo ou sobre a atividade financeira.
“O tempo e a composição do ajuste precisam ser cuidadosamente delineados para minimizar o impacto na demanda, assegurando a credibilidade”, diz o relatório. O FMI endossou o plano de redução de 2% no déficit no orçamento do governo para o ano fiscal de 2011, mas afirmou que isso deve ser seguido por medidas para lidar com os crescentes gastos com benefícios sociais.
O FMI elevou sua previsão de crescimento para os Estados Unidos para 3,3% em 2010 e 2,9% em 2011, ante estimativas feitas em abril de 3,1% e 2,6%, respectivamente. Ele alertou que o possível impacto dos problemas com dívidas soberanas na Europa podem aumentar os riscos (de recessão). Considerando que o dólar está agora “moderadamente supervalorizado em uma perspectiva de médio prazo”, o FMI afirmou que outros países precisarão permitir maior flexibilidade de taxa de câmbio ou apreciação – uma possível referência ao forte controle de câmbio na China. O FMI elogiou ainda a gestão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) da crise financeira. As informações são da Dow Jones.