Washington
(Das agências) – O Fundo Monetário Internacional informou ontem que não tem planos para um novo empréstimo ao Brasil, um dia após aprovar o desembolso de US$ 10 bilhões do total de US$ 15,7 bilhões de seu acordo com o país. O Brasil já usou US$ 4,8 bilhões deste US$ 15,7 bilhões. Uma vez que saque mais os US$ 10 bilhões de dólares aprovados na terça-feira, terá disponível menos de US$ 1 bilhão de dólares para sacar do Fundo no futuro. “Lidaremos com o futuro quando o futuro chegar, mas no momento as autoridades brasileiras estão bem armadas, bem fortificadas e motivadas a seguir em frente”, disse o porta-voz do FMI Tom Dawson, negando um novo empréstimo para o Brasil para proteger a economia de futuros problemas que possam surgir.Com o petista Luiz Inácio Lula da Silva com uma liderança folgada nas pesquisas de intenção de voto à Presidência – à frente do candidato governista, José Serra (PSDB-PMDB), o preferido do mercado -, os investidores têm se mostrado preocupados sobre se o próximo governo conseguirá administrar a dívida de cerca de R$ 680 bilhões do país. A dívida brasileira cresceu de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1995 para cerca de 55%. Com a proximidade das eleições, investidores têm focado na fragilidade econômica. Na terça-feira, Serra disse que, se eleito, irá prorrogar o acordo do país com o FMI, que vence no final deste ano. Questionado sobre se o FMI acredita que o Brasil será capaz de honrar seus compromissos no médio prazo, Dawson disse que “sim, nós acreditamos”. O porta-voz do FMI foi efusivo em seus elogios às medidas tomadas recentemente pelo país para reforçar sua economia.
Dólar
O dólar manteve-se razoavelmente isolado ontem das tensões dos demais mercados financeiros e cedeu levemente no final do dia, ainda sob a expectativa de uma possível intervenção do Banco Central. A manutenção dos juros básicos da economia nos 18,5% anuais não foi uma grande surpresa para os profissionais do mercado de câmbio. Muitos se mostraram confortados com a possibilidade de que o BC reduza as taxas antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no mês que vem. Ao final do pregão, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,26%, cotada a R$ 2,707. No ano, o dólar acumula alta de 16,93% e, no mês, a valorização é de 7,59%.
Pela manhã, a moeda chegou a cair 0,77% sob a vigilância da autoridade monetária, que chegou a pedir cotações em algumas mesas para uma possível venda de dólares, segundo relataram diversos operadores. Depois da decisão do Copom, voltou a subir e atingiu a máxima de 0,41%, voltando a recuar minutos depois.
