A Europa está na obrigação de apagar um novo e grave incêndio. Depois de vários dias de rumores persistentes nos mercados financeiros, ontem a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, lançou publicamente dúvidas sobre a liquidez do sistema financeiro da União Europeia.

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As dúvida de Lagarde recaem sobre a dívida soberana de países como Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália. O resultado: valores bancários em queda brusca nas bolsas e pressão nas costas dos ministros de Economia do G-7, que se reuniram em Marselha.

Há pelo menos uma semana os boatos sobre a saúde financeira dos bancos de países como França, Alemanha e Reino Unido já vinham proliferando entre investidores. O temor é de que grandes instituições, como o banco grego Agricultural Bank of Greece, o espanhol Santander, o italiano UniCredit ou o francês Société Générale não suportem o peso da eventual reestruturação das dívidas de um dos países em crise. Às 10h30 de ontem, por exemplo, uma onda de pânico provocou vendas de ações dos bancos na Bolsa de Paris, derrubando seus valores.

Mas o pior veio após o pronunciamento de Christine Lagarde em Londres. Em discurso na prestigiada Chatham House, a diretora-gerente do FMI afirmou que os bancos do bloco poderiam de fato enfrentar problemas de liquidez em caso de reestruturação das dívidas soberanas na periferia da Europa e podem precisar de recapitalização. “Nós não devemos subestimar os riscos de uma propagação da fraqueza econômica, ou pelo menos uma crise de liquidez debilitante. Por isso é preciso agir com urgência para que os bancos possam retornar à atividade de financiamento da atividade econômica”, argumentou.

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Em seu discurso, a diretora-gerente do FMI pregou que os países do G-7 ajam “agora e com audácia” para estimular suas economias. O objetivo é evitar um segundo mergulho na recessão. Um dos sinais que alarmam as autoridades é o desempenho do mercado interbancário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.