Os líderes globais devem olhar para além da crise financeira e prestar atenção a uma situação de emergência que pode levar até 90 milhões de pessoas para abaixo da linha da pobreza, alertaram hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial em um relatório conjunto.
“O mundo em desenvolvimento está enfrentando uma situação de emergência”, afirmou John Lipsky, vice-diretor gerente do FMI durante entrevista para apresentar o “Relatório de Monitoramento Global 2009: Uma situação de Emergência”. FMI e Banco Mundial estão comprometidos em fazer todo o possível para ajudar os países mais pobres a atingir as Metas do Milênio até 2015, mas o resto da comunidade internacional também deve “agir rapidamente para ajudar tais países a lidar com o problema da pobreza”, afirmou Lipsky.
Segundo ele, as reuniões de ambas as entidades em Washington neste fim de semana vão se concentrar em parte nas medidas acordadas pelo G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, representadas por 19 países desenvolvidos e emergentes e pela União Europeia) no início deste mês para interromper a disseminação da crise. “Os países avançados devem agir com urgência para apoiar o setor financeiro, enquanto aqueles com folga fiscal devem considerar a concessão de mais estímulo”, afirmou. Lipsky pediu um aumento na ajuda financeira aos países mais pobres, que no ano passado conseguiram apenas US$ 101 bilhões dos US$ 130 bilhões prometidos pelo G-8 (grupo formado pelas sete economias mais industrializados do mundo e a Rússia).
No ano passado, o economista-chefe do Banco Mundial, Justin Lin, disse que a crise alimentar causada pela produção de biocombustíveis, jogou 100 milhões de pessoas na pobreza extrema. Na ocasião, ele disse que a atual crise pode forçar outras 55 milhões a 90 milhões a viver com menos de US$ 1,25 por dia. Para Lin, o número de pessoas cronicamente famintas deve superar um bilhão de pessoas ainda este ano. Ele sugeriu que a comunidade internacional devotasse recursos adicionais para programas de segurança, infraestrutura e pequenos negócios nos países em desenvolvimento.
A Oxfam, uma organização não governamental que luta contra a pobreza, pediu que os países ricos apoiem os compromissos estabelecidos na reunião do G-20 para ajudar os mais pobres durante as reuniões que serão travadas neste fim de semana. As informações são da Dow Jones.