O governo brasileiro ainda deve ficar atento à retomada do processo inflacionário. Pelo menos foi essa a recomendação do chefe da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional), Jorge Márquez-Ruarte. Segundo ele, a desaceleração da inflação não pode ser confirmada por um único indicador de preços. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe de abril, por exemplo, ficou em 0,57%. Foi a menor taxa desde o 0,31% medido em junho de 2002.
“Está claro que a pressão da inflação está baixando. Mas o governo precisa ter cuidado. Não devemos ver o dado apenas de uma semana ou de um mês. Devemos ter cuidado de como observar a pressão inflacionária e é isso que o Banco Central está fazendo”, disse Ruarte logo após se encontrar ontem com o ministro do Planejamento, Guido Mantega.
Segundo ele, o FMI tem confiança na competência do Banco Central para adotar a política mais adequada para conter a alta dos preços.
A missão
O chefe da missão do FMI disse que a reunião com Mantega foi “muito cordial e construtiva”. A missão chegou ao Brasil na segunda-feira para discutir a terceira revisão do acordo com o FMI assinado em setembro de 2002.
O acordo prevê a liberação de US$ 30 bilhões. Desse total, o Brasil já sacou US$ 10,7 bilhões e poderá sacar mais US$ 9 bilhões no começo de junho.
Segundo Ruarte a missão já está em fase final de negociação dos termos da terceira revisão do acordo. “Esperamos terminar tudo nos próximos dias. Está tudo indo muito bem.”