FMI diz que avanço do iene está em conformidade com os fundamentos econômicos

O forte avanço do iene está amplamente em conformidade com os fundamentos econômicos, disse nesta segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI), a mais recente indicação de que o resto do mundo não deverá concordar com a intervenção direta de Tóquio para enfraquecer sua moeda.

O aumento neste ano do iene no câmbio real efetivo tem “alterado para um nível amplamente consistente com os fundamentos de médio prazo”, disse o fundo na demonstração conclusiva de suas discussões políticas anuais com os membros de política monetária do Japão.

O FMI reconheceu que a valorização da moeda desde janeiro pode minar os esforços de Tóquio para reduzir o risco da volta de uma deflação, um ciclo negativo de queda de preços, mas sinalizou sua esperança de que o Japão não iria contar com uma política de enfraquecer sua moeda na tentativa de corrigir seus problemas econômicos.

“O reforço das políticas nacionais continua a ser o instrumento mais eficaz para reduzir os riscos de deflação e aumentar a resiliência”, disse o FMI. “Sem reformas estruturais ousadas e consolidações orçamentais credíveis, a demanda doméstica poderia permanecer lenta, e qualquer nova flexibilização monetária poderia levar a dependência excessiva de depreciação do iene”, acrescentou.

O FMI disse que, para o Japão alcançar sua meta de inflação de 2%, acelerar suas políticas monetárias e fiscais “isoladamente” não é o suficiente. As medidas de crescimento do programa “Abenomics”, do primeiro-ministro Shinzo Abe” precisam ser “recarregadas” e “políticas de renda combinadas com as reformas do mercado de trabalho devem passar para a frente””, destacou o FMI.

O Japão precisa de “políticas mais ousadas para alvejar diretamente” o processo de fixação de salários das empresas para que ele possa obter o crescimento dos salários necessário para cumprir a meta de preços, disse o FMI. O governo pode introduzir um mecanismo de “cumprimento ou justificativa” para garantir que as empresas lucrativas aumentem os salários pelo menos 3% ao ano, dando-lhes “incentivos mais fortes fiscais ou – como último recurso – sanções”, disse o FMI.

Comentando sobre as taxas de juro negativas do Japão, uma política que entrou em vigor em fevereiro, o FMI disse que era necessário mais tempo para ver “a sua transmissão integral para a economia real”. A medida não teve qualquer impacto adverso sobre o funcionamento do mercado, além de uma queda na liquidez dos títulos do governo japonês e uma queda nos lucros dos bancos comerciais, o fundo acrescentou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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