FMI defende maior poder para Comissão Europeia

Os países da União Europeia não conseguirão lidar com seus problemas econômicos e orçamentários sem transferir mais poder para a Comissão Europeia – o braço executivo do bloco – e sem ampliar o orçamento central do bloco. O comentário foi feito hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu Relatório Econômico Regional para a Europa, divulgado duas vezes por ano.

Segundo o FMI, os riscos de uma forte desaceleração no crescimento aumentaram desde o último relatório, publicado em abril, e os bancos centrais devem estar preparados para responder a isso. “O Banco Central Europeu (BCE) deve permanecer pronto para ajustar o prazo de sua política de taxa de juros baixa e redistribuir medidas monetárias extraordinárias se a recuperação se paralisar inesperadamente”, disse o FMI.

As recomendações foram feitas enquanto os governos da União Europeia entram nas semanas finais de negociações sobre reformas na governança econômica do bloco, necessárias para evitar uma repetição da crise fiscal deste ano. No entanto, as recomendações provavelmente não serão amplamente bem recebidas, já que envolvem abrir mão de soberania nacional e receitas fiscais em favor da Comissão Europeia.

De todo modo, o FMI elogiou algumas reformas que provavelmente serão definidas quando os líderes da União Europeia se reunirem, em 28 e 29 de outubro. Entre elas estão o fortalecimento de sanções contra os governos que quebrarem regras e movimentos para levar diversos fatores em conta, quando avaliarem se um membro está começando a ter problemas.

O FMI destacou, porém, que independentemente de qual for o acordo sobre as reformas, elas “precisarão incluir uma transferência da autoridade para o centro”. “Um centro mais forte vai tornar a supervisão mais eficiente, o que poderá ajudar a detectar problemas antecipadamente e a alinhar políticas em uma área importante de interesse comum”, afirmou o FMI.

A instituição disse também que, de longe, o maior desafio que os formadores de política europeus enfrentam é determinar corretamente o prazo e a escala das medidas de cortes no déficit orçamentário. O fundo alertou que os governos da Europa emergente devem agir rapidamente para reduzir o déficit. “Para evitar o surgimento de preocupações no mercado, os países com altas vulnerabilidades fiscais podem precisar proceder com a consolidação fiscal em um ritmo mais rápido.” As informações são da Dow Jones.

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