FMI: declínio econômico mundial ainda não foi revertido

O declínio do crescimento mundial ainda não foi revertido, reconhece o Fundo Monetário Internacional (FMI) em documento preparado para a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a crise mundial. Segundo o Fundo, espera-se que os esforços de políticas anticrise sem precedentes que já estão a caminho produzam progresso substancial no próximo ano, mas os riscos negativos a esta perspectiva continuam consideráveis. No documento para a ONU, o FMI diz que a crise resultou de “séria falha de mercado, refletindo otimismo excessivo dos investidores depois de um amplo período de crescimento econômico, baixa volatilidade do mercado e baixos juros reais, misturados com sérias falhas regulatórias”.

O FMI reitera que será preciso empenho para corrigir as falhas sistêmicas que produziram as precondições para a crise atual. “Assim novos esforços internacionais serão essenciais para o alcance de uma retomada equilibrada e sustentável do crescimento global”, avalia o Fundo.

Novamente, o organismo enfatiza que mais estímulo fiscal é necessário nos países que possuem espaço em suas contas públicas. “O fato de que alguns países não podem fazer estímulo fiscal sem assistência externa faz com que seja mais importante que outros, incluindo algumas grandes economias emergentes, façam a parte deles”, disse o Fundo, antecipando um tema que deve ser central nos debates na conferência da ONU, de hoje até esta sexta-feira (dia 26).

Sobre política monetária, o FMI diz que é preciso um plano adequado para saída do afrouxamento monetário e, em particular, dos instrumentos de flexibilização quantitativa. Uma redução cuidadosa da enorme expansão dos balanços patrimoniais de alguns bancos centrais em função da crise, observa o Fundo, deveria começar ao passo que o setor privado voltar a engrenar.

O FMI ainda enumera para as delegações da ONU seus “próprios esforços para responder rápida e eficientemente às necessidades de seus países membros”, observando que os financiamentos empenhados atingem “nível recorde” de mais de US$ 158 bilhões atualmente, em comparação com US$ 14 bilhões registrados no fim de 2007.

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