FMI corta projeção de crescimento global para 4,1%

O crescimento global desacelerou "acentuadamente" em meio à turbulência nos mercados financeiros, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na atualização de seu relatório "Perspectivas Econômicas Mundiais", o fundo disse que o crescimento da economia global deve desacelerar para a taxa de 4 1% em 2008, de uma expansão estimada de 4,9% em 2007. A previsão anterior, divulgada em outubro, era de desaceleração para 4,4% neste ano. A revisão leva em conta uma atualização recente no modelo utilizado pelo FMI que resultou em uma redução de meio ponto porcentual em suas previsões de 2005 a 2008.

A economia dos EUA deve ser a maior draga da economia mundial e deve desacelerar para 1,5% de crescimento neste ano, de uma expansão estimada de 2,2% no ano passado. A previsão anterior era de crescimento de 1,9%. "As tensões no mercado financeiro ocasionadas através do setor subprime (crédito de alto risco) dos EUA – e as perdas financeiras associadas – aprofundaram-se e se espalharam", declarou o economista-chefe do FMI, Simon Johnson, durante entrevista coletiva à imprensa.

O FMI incluiu em sua estimativa um potencial pacote de estímulo. Johnson afirmou que é difícil de prever o impacto, mas o plano de US$ 150 bilhões pode acrescentar entre 0,2 e 0,3 ponto porcentual ao crescimento deste ano. No entanto, Johnson alertou que qualquer estímulo deve ser temporário, citando o "risco real" de que as medidas possam aumentar o déficit orçamentário no longo prazo.

Para a zona do euro, o FMI reduziu sua previsão de crescimento de 2,1% para 1,6% neste ano, citando uma deterioração generalizada na confiança. O fundo estima que a região cresceu à taxa de 2,6% no ano passado. Segundo Johnson, a inflação continua sendo uma "séria preocupação" na Europa e, portanto, a política monetária estável do Banco Central Europeu (BCE) tem sido apropriada. No entanto, ele disse que os formuladores de políticas devem continuar flexíveis em resposta à desaceleração do crescimento ou o aumento da inflação.

A previsão de crescimento para o Japão foi reduzida em 0,2 ponto porcentual para 1,5% neste ano, de uma expansão estimada de 1,9% no ano passado. Segundo o relatório do FMI, o sentimento piorou entre os consumidores e as empresas.

Os mercados emergentes, por outro lado, têm se mostrado "resistentes", disse o fundo, aproveitando-se da demanda doméstica e das políticas macroeconômicas mais disciplinadas. Johnson afirmou que os países em desenvolvimento devem continuar focados em conter as pressões sobre os preços e manter a estabilidade macroeconômica. A China deve crescer 10% em 2008, de 11,4% no ano passado. As economias da América Latina devem desacelerar para 4,3% neste ano, de 5,4% no ano passado. As informações são da Dow Jones.

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