Rio, 11 – O Brasil é um exemplo bem-sucedido de adoção de políticas tanto macroprudenciais quanto monetárias com o objetivo de buscar estabilidade financeira e macroeconômica. A opinião é do representante do Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Vergara.

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“No caso do Brasil, podemos dizer que o uso de ambas as políticas foi o que fortaleceu os efeitos na economia”, disse Vergara, durante o XIV Seminário de Metas para a Inflação, promovido pelo Banco Central, no Rio.

Vergara lembrou que os países emergentes utilizaram as medidas macroprudenciais de forma mais intensa do que outros países após a crise. Mas alertou que ainda é difícil monitorar riscos sistêmicos à economia e avaliar quando agir para evitá-los. “Quão confiável é o kit de ferramentas atuais para avaliar o risco sistêmico? Nada se mostrou confiável, pelo menos não no nível que desejamos”, disse.

Na avaliação de Stephen Cecchetti, economista do Banco de Compensações Internacionais (BIS), as políticas macroprudenciais podem não ter a potência necessária. “As políticas macroprudenciais são difíceis de desenhar e implementar. As perspectivas de sucesso são difíceis de serem controladas pelo Banco Central”, declarou. “São instrumentos praticamente iguais aos microprudenciais, mas com o objetivo de reduzir impactos das individualidades que surjam no sistema. É importante não usar o termo para fazermos o que quisermos fazer, com a desculpa de proteger o sistema. Essa é a minha preocupação”.

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Cecchetti defendeu que a estabilidade financeira requer uma política monetária simétrica, uma política fiscal sustentável e uma política regulatória rigorosa e bem desenhada.