O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse hoje que as taxas de câmbio terão de se ajustar para que o crescimento global aconteça a partir de bases sólidas. “O reequilíbrio global terá de ser consequência de várias medidas e de um número de ajustes; é muito difícil ver como isso acontecerá nas atuais taxas de câmbio”, afirmou o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em entrevista em Istambul para comentar o relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgado hoje.

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As economias emergentes precisarão sacrificar parte da competitividade de suas moedas para tornar o crescimento sustentável. “É muito difícil pensar no reequilíbrio global sem uma apreciação das moedas asiáticas”, observou. O excesso de poupança em grandes economias emergentes indo para as economias industrializadas para financiar seus déficits externos tem normalmente sido visto como um dos fatores responsáveis pela crise financeira global. O baixo custo do dinheiro provocou bolhas nos preços de alguns ativos.

Os líderes do G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo, concordaram sobre a necessidade de uma nova ordem econômica mundial para atingir “crescimento equilibrado e sustentado”. Entretanto, o reequilíbrio da economia global, o qual o relatório estima poderá adicionar 1,3 ponto porcentual às taxas de crescimento, apenas será atingido no longo prazo, disse Blanchard. E a economia mundial não crescerá com a velocidade anterior.

PIB dos EUA

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O FMI revisou para pior sua previsão para o PIB dos Estados Unidos este ano, da queda de 2,6% projetada em julho para contração de 2,7% em seu relatório divulgado hoje. O país foi um dos poucos a ter a projeção para seu PIB diminuída pelo FMI. A piora resultou da fraca atividade econômica norte-americana no primeiro semestre e vem um dia após o Departamento de Comércio dos EUA revisar o PIB do segundo trimestre de queda de 1,0% para recuo de 0,7%. As informações são da Dow Jones.