FMI: Brasil é a sensação da economia mundial

México

– O diretor adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI), o chileno Eduardo Aninat, disse ontem, que a grande notícia da economia mundial é o Brasil, sobre o qual “os mercados financeiros tenderam a exagerar no período eleitoral, e que agora vimos que não só o governo enfrentou temas com excelência e solidez”, mas também apresenta sinais recuperação.

O diretor do FMI acrescentou que “o risco da dívida soberana (no Brasil) caiu de 2.000 pontos e a relação da taxa de câmbio é mais tranqüila”. Para a América Latina, ele disse que a região terá este ano um “crescimento positivo, mas medíocre”, com taxas entre 1,7 e 1,9 por cento. As declarações foram dadas durante a 66.ª Convenção Bancária, que está sendo realizada em Mérida, sul do México. Aninat advertiu que em alguns países pode haver retrocesso na renda per capita.

Ele afirmou que o País com maior crescimento relativo será o Peru, com alta de 4,5 por cento, seguido de México e Chile, e acrescentou que estão sendo avaliados os esforços de recuperação da Colômbia. Aninat, que foi ministro da Fazenda do Chile de 1994 até sua entrada no fundo, em 1999, disse que o FMI divulgará na próxima semana as projeções de crescimento mundial para este ano.

O funcionário do FMI disse que este ano a economia mundial estará condicionada pela incerteza sobre a duração da guerra no Iraque e o lento processo de recuperação da economia americana e européia, além da recessão no Japão. Além disso, Aninat destacou que na América Latina “os mercados emergentes privados e públicos demonstraram ter aprendido as lições das crises anteriores, a defender suas realidades com bancos centrais autônomos, com políticas fiscais mais realistas, sem aplicar políticas cíclicas. Ele afirmou que o FMI é um organismo “cautelosamente realista, não cautelosamente otimista” e previu que o futuro próximo será mais positivo que o presente.

Dólar

Enquanto isso, no Brasil o dólar alcançou ontem sua sexta sessão consecutiva de queda e encerrou a semana comprado a R$ 3,215 e vendido a R$ 3,22, a menor cotação desde 16 de setembro. Apesar de algumas inquietações na cena internacional, prevaleceu a contínua entrada de recursos. A moeda norte-americana terminou a sexta-feira em queda de 1,08% em relação ao fechamento de anteontem, o que elevou para 9,17% a baixa acumulada em 2003. Nas seis sessões de queda até o momento, a divisa já acumula um recuo de 4,9%. Durante o dia, o dólar oscilou entre a cotação mínima de R$ 3,215 e a máxima de 3,275.

Além do fluxo positivo proveniente das captações externas de bancos e empresas no mercado internacional, o grande volume de exportações também tem contribuído para a enxurrada de dólares que derruba diariamente a cotação do dólar. “Trata-se de fluxo mesmo. Há muito dinheiro entrando efetivamente no país”, resumiu Daniel Szikszay, gerente de câmbio do Banco Schahin em São Paulo.

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