O fluxo de veículos pelas estradas com praças de pedágios no Brasil fechou praticamente estável em outubro, com um ligeiro crescimento de 0,1% em relação a setembro, já descontados os efeitos sazonais. Os dados são da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e da Tendências Consultoria Integrada. Em setembro, a circulação de veículos pelas estradas com pedágio havia registrado um crescimento de 0,4%.
Na mesma comparação, o fluxo de veículos leves cresceu 0,7% em outubro, mesma taxa de expansão registrada em setembro na comparação com agosto. O movimento dos veículos pesados ficou estável em outubro, ante uma queda de 0,7% no mês anterior. Na comparação com outubro do ano passado, o fluxo total de veículos pelas estradas com pedágio cresceu 5,8% em outubro deste ano. Os veículos leves circularam 4,7% mais e os pesados apresentaram alta de 8,9%.
Estabilidade
O crescimento de 0,7% no fluxo de veículos leves pelas estradas em outubro ante setembro foi o que assegurou a estabilidade do Índice ABCR geral, segundo o economista da Tendências Consultoria Integrada Bernardo Wjuniski, responsável pela tabulação e pelo cálculo dos dados colhidos pela ABCR. “O movimento dos leves reflete emprego, renda e massa salarial em alta. A atividade como um todo está aquecida e vem de bons resultados nos últimos meses, em linha com o desempenho do índice”, avalia Wjuniski.
Já o movimento dos veículos pesados permaneceu estável em outubro ante setembro, resultado acima da queda de 0,7% em setembro em relação a agosto. “Existe uma melhora em relação ao mês passado, mas o viés de baixa foi mantido, como havíamos previsto. No entanto, essa fase de ajustes de estoques da indústria, que impacta o resultado de pesados, deve estar chegando ao fim”, prevê o economista da Tendências.
Ele recorre à Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou retração de 0,2% em setembro ante agosto, para justificar a sua análise. Mas cita dados mais recentes, como os da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que já apontam tendência de recuperação. “O indicador da Anfavea, conforme os dados dessazonalizados pela Tendências, voltou a apresentar melhora, com alta de 1,8% na produção de veículos em outubro contra setembro, vindo de uma queda de 1,2% em setembro em relação a agosto”, afirma Wjuniski, que estima um crescimento de 0,3% para a produção industrial em outubro.