O fluxo de veículos pelas estradas com pedágios no Brasil recuou 1,3% em fevereiro ante janeiro, já descontados os efeitos sazonais, informaram hoje a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e a Tendências Consultoria Integrada. Em janeiro, o indicador de movimentação nas estradas havia apresentado um crescimento de 0,4% em relação a dezembro, também na série com ajustes sazonais.

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O fluxo de veículos leves encerrou fevereiro mostrando uma queda de 2,7% ante janeiro, quando havia sido registrada alta de 0,9% em relação a dezembro, nos dados com ajustes sazonais. Já a circulação dos veículos pesados cresceu 0,7% em fevereiro, ante uma queda de 1% em janeiro.

O fluxo de veículos pelas estradas é visto como um termômetro para a economia como um todo. Quando a atividade industrial avança, o fluxo de veículos pesados também costuma aumentar. O mesmo vale para o fluxo de carros, que normalmente é puxado pelo avanço da renda e do consumo.

“O desempenho dos veículos leves foi influenciado pelo Paraná e pelo Rio Grande do Sul, Estados em que as fortes chuvas afetaram o turismo em fevereiro”, afirma Juan Jensen, economista da Tendências. Para ele, é importante destacar que esta é uma queda pontual e não retrata o estado da economia, mas um fenômeno meteorológico. “Os leves terão um bom desempenho nos próximos meses. O crescimento será menor que o observado em 2010, pois a renda real irá desacelerar devido ao movimento de alta da inflação e redução de gastos do governo, que impactam o poder de compra do consumidor, refletindo no movimento dos veículos leves”, diz Jensen.

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Já o fluxo de pesados avançou 0,7% nessa mesma base de comparação. “A alta dos pesados tende a se sustentar, alinhada com o que se espera da indústria para este ano”, comentou o economista. Outro aspecto importante a ressaltar, diz Jensen, é o impacto das importações no fluxo de veículos pesados. O aumento da demanda interna tem sido maior que a produção industrial. Esta diferença é complementada pelas importações, que crescem em ritmo acelerado em países como o Brasil, que tem o câmbio relativamente valorizado e a demanda doméstica aquecida.

“O arrefecimento de mercados tradicionais, em contraponto ao aumento da demanda interna de países emergentes, aumenta a oferta de produtos e, consequentemente, as importações. Este fenômeno é sentido no fluxo de veículos pesados nas estradas do País”, afirmou o economista.

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Na comparação com fevereiro de 2010, o índice total apresentou expansão de 7,4%. O fluxo de veículos pesados cresceu 12,7% e o de leves apresentou alta de 5,8%. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o fluxo total teve expansão de 8,4%.