O fluxo de veículos nas rodovias com pedágio do País apresentou crescimento de 1,5% em dezembro ante novembro, considerando os dados dessazonalizados, segundo divulgou hoje a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).
O resultado foi captado pelo Índice ABCR de Atividade, que é produzido em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada. Na comparação com dezembro de 2008, a expansão foi ainda mais significativa, de 6,0%. No acumulado dos 12 meses de 2009, o indicador registrou alta de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Por segmentos, o fluxo dos veículos pesados (caminhões) ficou estável em dezembro ante novembro, enquanto o fluxo de veículos leves (automóveis) avançou 1,6%.
Na comparação com dezembro de 2008, foram constatados crescimentos de 8,0% e de 5,4%, respectivamente. No acumulado do ano, o fluxo de veículos pesados caiu 3,0% ante 2008 e o de leves mostrou expansão de 3,9%.
O Índice ABCR é considerado importante instrumento para aferição da atividade econômica. O fluxo de veículos pesados tem alta correlação com a produção industrial e agrícola.
Se o nível de produção na indústria ou no campo varia para baixo ou para cima, a consequência é logo percebida nas estradas, com o aumento ou a diminuição do tráfego de caminhões.
Já o fluxo de veículos leves tem relação com o fator renda: maior ou menor movimento de automóveis é sinal de crescimento, queda ou mesmo estabilidade do nível de renda no País.
“A manutenção do crescimento da renda e do mercado de trabalho, relacionado ao fluxo de leves, e o ajuste na produção industrial neste fim de ano, refletem o resultado geral do Índice ABCR”, comentou Bernardo Wjunisk, economista da Tendências, referindo-se especificamente ao número de dezembro.
Segundo ele, no mês passado, além da retomada da trajetória de expansão da renda e do mercado de trabalho, o fluxo de leves foi influenciado pelas vendas de veículos no País, que registraram recorde em 2009.
A pesquisa mencionou como exemplo justamente os números divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que mostraram que as vendas de veículos no mercado brasileiro somaram 3,141 milhões de unidades e representaram alta de 11,4% ante 2008.
“O fluxo dos pesados é reflexo da desaceleração da produção industrial neste final do ano, que vinha de vários meses de expansão, com produção forte por conta de incentivos fiscais e consequente antecipação do consumo”, acrescentou Wjunisk. “Como foi previsto, o ano contra ano voltou a apresentar crescimento em dezembro. A alta deverá permanecer por um tempo, pois a base de comparação ainda é baixa”, destacou o economista.
