O fluxo cambial em janeiro até o dia 20 está positivo em US$ 6,654 bilhões, informou o Banco Central. Segundo dados divulgados pelo Chefe do Departamento do Banco Central, Tulio Maciel, o fluxo financeiro ficou no período positivo em US$ 5,083 bilhões, decorrente de compras de US$ 23,276 bilhões e vendas de US$ 18,193 bilhões. Já o fluxo comercial ficou no período de US$ 1,571 bilhão, refletindo exportações de US$ 13,265 bilhões e importações de US$ 11,694 bilhões.
Questionado se esse movimento do câmbio com forte fluxo de dólares para o País estaria relacionado à especulação, o chefe do Depec respondeu: “Não tenho nada a comentar”.
Diante da insistência dos repórteres para as razões do forte fluxo, Maciel disse apenas que reflete o fluxo para investimentos em ações e Investimento Estrangeiro Direto (IED).
Remessas de lucros e dividendos – O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Tulio Maciel, disse não ter preocupação com o resultado recorde em 2011 de remessas de lucros e dividendos de empresas instaladas no Brasil para suas matrizes no exterior. Questionado se esse movimento não é preocupante, o chefe do Depec disse que é natural esse aumento à medida que há aumento do estoque de investimento do Brasil e crescimento dos lucros das empresas.
“Com o aumento do lucro é natural que essas remessas se elevem”, disse. Maciel ponderou que positivamente esses fluxos de remessas de lucros e dividendos estão “associados” a mais geração de emprego do País, maior recolhimento de impostos e crescimento de renda.
Para Maciel, o movimento de remessas de lucros e dividendos de empresas relacionados à crise internacional foram pontuais. “Não foram a tônica. Como se vê isso? Olhando para os dados de remessas para países mais atingidos pela crise. Não foi isso que prevaleceu”, afirmou.
“O que prevaleceu em 2011 foi um fluxo normal decorrente de aumento de estoques de IED no País e do desempenho positivo da economia brasileira”, disse. Para 2012, Maciel ponderou que a expectativa é de pequeno aumento de remessas para US$ 39,6 bilhões. “É uma alta pequena depois de um ano que tivemos crescimento significativo. Parte de uma base elevada.
Bancos – Os bancos mudaram completamente a estratégia no mercado cambial nas últimas semanas. Dados apresentados há pouco pelo Banco Central mostram que as instituições financeiras deixaram de estar vendidas e passaram a estar compradas na moeda. Em 20 de janeiro, a posição comprada somava US$ 4,840 bilhões. Em dezembro, a soma da posição vendida era de US$ 1,583 bilhão.
No jargão do mercado financeiro, estar “comprado” sinaliza crença de que as cotações do dólar podem subir. Assim, ao ter a moeda em caixa é possível lucrar com uma eventual alta das cotações. Ao contrário, estar “vendido” representa expectativa de queda do preço da moeda.
Ao divulgar os números, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, não quis comentar a troca das posições dos bancos no mercado cambial. Disse apenas que a posição dos bancos reflete “o fluxo de dólares” observado no Brasil.
