O saldo entre a saída e a entrada de dólares do País em novembro ficou negativo em US$ 1,056 bilhão, o pior resultado desde junho passado, que havia sido negativo em US$ 2,316 bilhões. De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), apesar do número negativo do mês passado, o País no acumulado do ano recebeu mais dólares do que remeteu para fora. No total, o saldo continua positivo em US$ 4,059 bilhões, valor 54,3% superior aos US$ 2,629 bilhões alcançado nos primeiros 11 meses do ano passado.
No segmento comercial, que inclui as transações de importação e exportação para comércio exterior, o BC registrou um saldo positivo das contratações de câmbio de US$ 1,456 bilhão. É o menor valor já apurado pelo BC desde os US$ 943 milhões de março do ano passado. As contratações de câmbio para importação voltaram a subir e atingiram os US$ 5,642 bilhões, valor mensal recorde desde o início do governo Lula.
O crescimento das importações é um dos principais indicadores de retomada da atividade econômica. Pelo lado das exportações, o volume contratado em mercado ficou em US$ 7,098 bilhões, menor valor desde os US$ 6,802 bilhões de junho. Apesar da queda ocorrida em novembro, o câmbio comercial apresentava em novembro um saldo positivo acumulado no ano de US$ 33,060 bilhões, valor já superior aos US$ 28,355 bilhões de todo o ano de 2003.
Os dados de novembro registraram ainda um novo aumento das saídas de recursos pelas chamadas contas CC5 (de não residentes no País). De acordo com o BC, o resultado das transações feitas por este instrumento ficou negativo em US$ 404 milhões. O número é inferior aos US$ 2,110 bilhões de agosto e US$ 813 milhões de setembro, mas está acima do resultado de US$ 253 milhões verificado em outubro. No acumulado do ano, essas contas remeteram para o exterior US$ 5,119 bilhões a mais do que trouxeram. O resultado é 254% maior que o saldo de US$ 1,446 bilhão do mesmo período de 2003.
No setor financeiro, os investidores enviaram mais recursos para o exterior, fechando o mês com um saldo negativo de US$ 2,108 bilhões. Este valor pode ter sofrido o impacto das compras de dólares feita pelo Tesouro Nacional no mercado financeiro para o pagamento de parcela da dívida externa que vence no último mês deste ano e durante os primeiros seis meses de 2005. Em outubro, o saldo negativo dessas operações havia somado o equivalente a US$ 1,925 bilhão.