Fitch teme dificuldades para aprovação de reformas no país

Foto: Arquivo/O Estado
Eleições revelaram Congresso dividido, aponta agência.

As perspectivas para a aprovação de reformas econômicas tornaram-se desafiadoras, com o resultado do primeiro turno das eleições brasileiras, que mostrou um Congresso profundamente dividido e ausente de coligações claras, disse a agência de classificação de risco Fitch Ratings.

Em nota distribuída ontem, a Fitch lembrou que elevou o rating (nota de classificação de risco) soberano brasileiro (de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local) para BB, de BB- em junho; mudança esta conduzida a partir das melhoras nas finanças externas do país, especialmente resultantes da forte redução na exposição externa do setor público. A perspectiva para o rating é estável. ?No entanto, perspectivas incertas no próximo governo para a aprovação de uma agenda de reformas pró-crescimento, assim como as prováveis pressões para flexibilização das políticas macroeconômicas, devem desacelerar a melhora na qualidade do crédito brasileiro.? Para o chefe de rating soberano para a América Latina da Fitch, Roger Scher, ?o próximo presidente terá grande dificuldade para formar uma coalizão pró-reformas?.

Reformas

Scher disse na nota que, para manter o atual nível de taxação e garantir a flexibilidade dos gastos do próximo governo no Brasil, serão necessárias ?reformas constitucionais para estender a CPMF e a DRU (Desvinculação de Receitas da União), que expiram em 2007?. Segundo ele, a elevação do rating do Brasil pela Fitch em junho refletiu não só a melhora das finanças externas, mas também a previsão de que a política macroeconômica saudável prosseguirá na próximo governo.

A nota afirma que o crescimento nos gastos públicos (9,6% de aumento nos gastos federais no primeiro semestre) foi muito forte e o próximo governo provavelmente terá de frear os gastos para garantir o cumprimento da meta de superávit primário no próximo ano. Segundo Scher, no longo prazo apenas as boas políticas macroeconômicas não serão suficientes. 

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