A agência de classificação de risco Fitch reafirmou nesta quinta-feira, 17, o rating da dívida de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira e em moeda local em BBB, com perspectiva estável. A Fitch também reafirmou o teto para os ratings de bônus brasileiros em BBB+.
Na sua decisão, a Fitch equilibrou a diversidade econômica do Brasil, sua forte capacidade de absorção de choques, o suporte do robusto balanço de pagamentos externo e sistema bancário capitalizado adequadamente com o enfraquecimento estrutural das finanças públicas, endividamento do governo relativamente elevado, baixa poupança e taxa de investimentos e a falta de reformas substanciais para melhorar a competitividade e flexibilidade fiscal.
Segundo a Fitch, “apesar da dificuldade no ambiente econômico doméstico e erros políticos cometidos por autoridades nos últimos meses, acreditamos que existem sinais de correções na política que, se sustentados, podem ajudar a restaurar a confiança e melhorar a consistência das políticas econômicas. Entretanto, a deterioração observada nas métricas fiscais e de crédito fiscal está dentro do nível de tolerância de seu rating atual”.
A agência de classificação de risco afirmou também que apesar da “incerteza política que corroeu a confiança dos negócios e dos mercados nos últimos meses, notamos que os ajustes recentes na política incluindo a aceleração no ritmo de aperto monetário, maior flexibilidade na taxa de câmbio, renovado ênfase na disciplina fiscal e passos para promover o investimento privado em infraestrutura e no setor de petróleo são passos na direção correta e salientam o compromisso das autoridades em manter a estabilidade.
A Fitch prevê que a inflação brasileira continuará próxima de 6% até o final do ano e o crescimento econômico será menos dinâmico do que a média de 4,5% durante os anos de 2006 a 2010. “A combinação de fatores cíclicos e estruturais fundamenta o desempenho baixo do Brasil”, afirmou a agência.
A Fitch prevê que o crescimento deve se recuperar para 2,5% em 2013 e aumentar para 3,2% em 2014, com o investimento se recuperando gradualmente e o consumo com o suporte do baixo desemprego, disponibilidade de crédito e inflação mais baixa. “Entretanto, os riscos adversos aos crescimento persistem.” Fonte: Dow Jones Newswires.