Fitch prevê que Brasil vai crescer somente 1,5% em 2014

Os preços mais baixos das commodities, a desaceleração da China e a demanda doméstica mais fraca prejudicam as perspectivas de curto prazo para a América Latina, segundo a agência de classificação de risco Fitch Ratings. A Fitch projeta que a região vai crescer 1,9% este ano, de 2,6% em 2013, com o desempenho mais fraco de Brasil e México, que devem também apresentar déficits orçamentários mais altos. Para 2015, a expectativa é de uma modesta recuperação.

Em relatório, a agência afirma que o Brasil deve crescer somente 1,5% em 2014, enquanto no México o crescimento não deve superar 3%. Para a Fitch, só deve haver aceleração da atividade na Colômbia e na República Dominicana. Já a Argentina e a Venezuela devem enfrentar uma recessão.

“Restrições estruturais, incluindo baixas taxas de investimento e problemas de infraestrutura, prejudicam alguns países e destacam a necessidade de um amplo esforço de reforma para melhorar a trajetória de crescimento no médio prazo”, avalia Shelly Shetty, analista da Fitch responsável pela América Latina.

Segundo o relatório, porém, a Fitch não prevê uma ampla ação de rebaixamento de ratings soberanos de países da região, uma vez que eles têm liquidez adequada e políticas confiáveis para enfrentar uma potencial volatilidade internacional mais forte. A agência aponta ainda que o acesso ao mercado permanece robusto na maioria dos países.

O relatório aponta que a inflação continua elevada no Brasil e no Uruguai, mas que as maiores altas nos preços ainda são vistas na Argentina e na Venezuela. “O Brasil interrompeu seu ciclo de aperto monetário, argumentando que o impacto das elevações da taxa de juros é cumulativo e sentido com atraso”, diz a agência.

Eleições

A Fitch destaca o calendário recheado de eleições na América Latina em 2014 e afirma que, segundo pesquisas de opinião, as chances de um segundo turno cresceram no Brasil. “Independentemente do resultado eleitoral, o próximo governo vai enfrentar o desafio de fazer ajustes para reduzir os desequilíbrios macroeconômicos existentes e tomar medidas para aumentar a confiança e a competitividade da economia”, diz.

A agência afirma ainda que as reformas estruturais para impulsionar a produtividade na região não tiveram sucesso significativo e aponta o México como a única exceção, uma vez que o governo tem progredido em questões importantes.

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