A agência de classificação de risco Fitch afirmou que prevê uma perspectiva estável para o sistema bancário do Brasil em 2012, devido à força financeira da maioria dos 139 bancos que compõem o setor no país. “A qualidade de ativos também continua satisfatória e isso, combinado com o alto nível de exigência de reserva de capital sobre os empréstimos, resulta em um sistema bancário que está bem capitalizado”, destacou a agência em comunicado divulgado hoje.

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No entanto, a Fitch afirmou que prevê que os bancos brasileiros enfrentarão desafios em 2012, à medida que operarem em um ambiente de taxa de juros mais baixas, crescimento mais lento do crédito e despesas com provisões e financiamento mais altas. “Esse esperado aumento nas provisões vai resultar em maiores custos de crédito até que haja mais certezas com relação ao ambiente econômico de 2012”, disse a agência.

Apesar dos desafios tanto do mercado local quanto do externo, a Fitch acredita que a maioria dos ratings de bancos brasileiros permanecerá relativamente inalterada em 2012. “Embora possa haver rebaixamentos de alguns bancos de menor porte, deverão ser de natureza idiossincrática, devido a algumas deficiências, como pressões de financiamento ou na qualidade de ativos”, afirmou.

Um dos pontos fortes do sistema bancário brasileiro continua a ser a sua base de financiamento local e diversificada, destacou a agência. “A maioria dos bancos, especialmente os grandes bancos de varejo, continuará a ser favorecida por suas bases estáveis de depósito e financiamento ao investidor.”

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A agência ressaltou, porém, que alguns pequenos bancos de atacado podem estar sujeitos a pressões de financiamento provenientes de alterações locais na regulação bancária ou de eventos externos, dependendo do grau de diversificação.

A Fitch afirmou também que as lições aprendidas desde a crise de 2008 levaram a melhorias no financiamento e na liquidez para a maioria dos bancos.

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A agência acrescentou que espera uma pressão maior dos custos do crédito durante o próximo ano. Além disso, “os empréstimos inadimplentes (NPLs, na sigla em inglês) atingiram níveis mais altos durante os últimos meses como um resultado do forte crescimento sistêmico visto em 2010 e o subsequente esfriamento da demanda em 2011. Apesar destas pressões, a Fitch acredita que esses créditos continuarão sendo administrados de forma satisfatória, com provisionamento e precificação adequados.

Ainda segundo a agência, as atitudes passadas e recentes das autoridades bancárias evidenciam o compromisso do governo com um cenário bancário e uma economia estáveis.

A Fitch destacou, no entanto, “que uma perspectiva positiva para o setor bancário brasileiro é improvável, no curto prazo, uma vez que isso depende da melhora na estrutura de captação ligada à retomada dos mercados de capitais e que um aumento substancial dos índices de inadimplência e das pressões sobre a captação, afetando a liquidez, poderia levar a uma perspectiva negativa”.