A agência de classificação de risco Fitch melhorou, ontem, a perspectiva das notas conferidas para a dívida soberana do Brasil de “estável” para “positiva”. Adotar essa nova perspectiva é o primeiro passo para melhorar a nota do Brasil, que permanece em “B” (grau indicado para países especulativos). Há quase três meses, no último dia 10 de março, a perspectiva tinha subido de “negativa” para “estável”.
Na prática, a melhora da nota torna mais barata a tomada de empréstimo pelas empresas e bancos no exterior.
Os ratings de crédito são utilizados por investidores como indicadores da probabilidade destes receberem seu capital de volta.
Em comunicado, a Fitch explicou que a mudança reflete os “sinais de que o presidente Lula deverá ter sucesso na construção de um consenso nas políticas econômicas que devem colocar as finanças externas e públicas do país em um caminho sustentável”.
A agência citou que o governo poderá ter mais de 60% dos votos no Congresso para aprovar as reformas estruturais, depois do acordo firmado com o PMDB.
A Fitch elogiou ainda o aperto fiscal feito pelo governo para economizar dinheiro para os juros da dívida. Lula se comprometeu obter um superávit primátio de 4,25% do PIB até 2006. A meta do PT é 0,50 ponto percentual maior do que a do governo FHC.
O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, subiu 0,28% no final da tarde, cotado a 89,50% do seu valor de face. O risco-país, por sua vez, caiu 0,12%, chegando aos 795 pontos-base.