A Fitch afirmou o rating de longo prazo em moeda estrangeira da Ucrânia em “CCC”. A agência de classificação de risco alertou que o risco político permanece elevado, já que a transição de poder pode ter uma série de resultados possíveis, “complicando qualquer julgamento sólido”.
A Fitch lembrou que o financiamento externo da Ucrânia dependerá da velocidade com que o país conseguirá formar um governo de ampla aceitação popular e implantar um programa coerente de política econômica.
O governo interino declarou prioridade para alcançar um financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia, mas a Fitch avalia que os políticos ucranianos encontrarão dificuldades para retomar a confiança internacional e aceitar as condições que serão impostas nos empréstimos, como aumento no preço do gás natural ou aperto fiscal.
Da mesma forma, as relações com o maior parceiro comercial do país, a Rússia, se esfriaram, uma vez que o governo russo não reconhece o novo primeiro-ministro e suspendeu os pagamentos de um empréstimo de US$ 15 bilhões. A Ucrânia contava com esse recurso para refinanciar a dívida.
A Ucrânia pagará US$ 6 bilhões em dívida internacional neste ano, sendo que os pagamentos são relativamente leves em março e maio, antes do vencimento de bônus da União Europeia de US$ 1 bilhão, em junho, disse a Fitch.
A agência também alertou para a depreciação cambial. Embora a desvalorização da grívnia seja positiva para o ajuste externo, esse movimento coloca em risco a estabilidade financeira, afirmou a Fitch. Recentemente, o governo ucraniano confirmou que as reservas internacionais em 25 de fevereiro haviam recuado para US$ 15 bilhões.
Na semana passada, a Standard & Poor’s também fez críticas à crise econômica da Ucrânia e rebaixou o rating do país para “CCC”. Ainda antes da fuga do ex-presidente Viktor Yakunovich, a agência alertou que era possível um calote da Ucrânia caso não houvessem mudanças significativamente favoráveis, o que a S&P não prevê.