O Brasil cresce menos que países com desenvolvimento e ratings semelhantes, na visão de Rafael Guedes, diretor da agência de classificação de risco Fitch Ratings. “A questão do Brasil não é cíclica, mas estrutural. Há um problema estrutural muito sério no País”, avaliou ele, em evento da Amcham Brasil, na manhã desta quarta-feira, 27.

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Sem citar as expectativas para o rating do Brasil, Guedes lembrou que a mudança feita pela Fitch na perspectiva da nota do País, para negativa em abril último, refletiu a busca pelo crescimento a qualquer custo que deteriorou os números do Brasil de maneira forte e rápida. Segundo ele, essa alteração considerou o desequilíbrio macroeconômico local, as expectativas de crescimento para o País de cerca de 2% nos próximos anos e ainda o cenário político.

“A popularidade da (presidente) Dilma Roussef está muito, muito baixa. Há escândalos acontecendo, na Petrobras – entramos em construtoras e vamos entrar na Eletrobras, construções elétricas – e isso tem impactado a confiança do investidor, empresário, consumidor; o aumento do desemprego, menor crescimento do crédito… Isso tudo levando a questionamentos para onde vai a dinâmica do Brasil”, comentou o diretor da Fitch.

Lava Jato

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De acordo com Guedes, o pior momento da Operação Lava Jato, que apura denúncias de corrupção em contratos envolvendo a Petrobras, pode ainda não ter ocorrido, com a migração dos escândalos da construção para o setor elétrico e para a Eletrobras. “Seria ousado dizer que o pior momento da Lava Jato já passou. Com a migração dos escândalos para o setor de energia elétrica, não dá para saber onde a Lava Jato vai terminar”, disse. Segundo ele, o “cenário político do Brasil é conturbado, mas estável”.

Segundo ele, a Lava Jato impacta a confiança do consumidor, do investidor e ainda tem elevado os índices de desemprego no Brasil. Isso porque, conforme Guedes, além de responsável por projetos, as construtoras são os maiores investidores do País.

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Em relação aos esforços do governo para ajustar as contas, o diretor da Fitch disse que as medidas recentes anunciadas vão na direção de estabilizar a deterioração do crescimento econômico do País. Segundo ele, o pior indicador do Brasil é o seu endividamento. Do lado positivo, ele citou o setor bancário como uma força para o rating local.