Fisher: Fed deveria ser proativo com juros

O presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, disse nesta quarta-feira que formuladores de política monetária precisam começar a pensar sobre em que momento o Fed deve começar a deixar o seu balanço encolher quando a instituição parar de expandi-lo por compras de ativos em larga escala.

Fisher, membro votante do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC) este ano, disse em entrevista à agência Market News International, que, salvo um “acontecimento extraordinário”, votará para cortar os US$ 45 bilhões restantes em compras mensais de títulos do Tesouro norte-americano de longo prazo e títulos lastreados por hipotecas em US$ 10 bilhões nas reuniões do FOMC de junho, julho e setembro e, então, defenderá um corte final de US$ 15 bilhões para acabar com a terceira rodada de relaxamento quantitativo do Fed em 29 de outubro.

Além disso, ele disse que o momento e o ritmo de aumentos na taxa dos Fed funds vai “depender da economia”, mas não deve ser adiado por muito tempo.

Fisher, entrevistado em seu escritório do Fed Dallas, afirmou que não é a favor do aumento das taxas agora e que não gostaria de impulsionar as taxas de uma forma que “puxe o tapete da economia.” Mas assinalou que o FOMC terá de ser “proativo” no aumento das taxas.

O FOMC também terá que decidir se a taxa dos Fed funds deve continuar sendo o principal instrumento de política do Fed, afirmou Fisher, sugerindo que o Fed pode ter de recorrer a outras “ferramentas”.

Otimista sobre a economia, ele disse que ainda não decidiu se o FOMC deve começar a permitir um encolhimento passivo do balanço patrimonial do Fed antes de começar a elevar as taxas ou ao mesmo tempo. Mas sugeriu que este é um assunto que precisa ser discutido sem muita demora, uma vez que o Fed vai deixar uma “enorme” quantidade de reservas depois de parar de expandir seu balanço neste outono (do Hemisfério Norte).

Atualmente, o FOMC está reinvestindo os pagamentos do principal de seus títulos da dívida e lastreados em hipotecas em títulos lastreados em hipotecas e fazendo a rolagem de Treasuries que se aproximam do vencimento em leilão.

Enquanto a política for mantida, o balanço do Fed, que excede US$ 4 trilhões e contém US$ 2,6 trilhões em reservas em excesso, não se contrairá mesmo depois que o QE3 terminar. Observando que o Fed vai ainda terá “um balanço muito grande” após as compra de títulos cessarem, Fisher disse que “gostaria de ver (essa política) sendo discutida” pelo FOMC.

No que se refere a se as políticas de reinvestimento e rolagem devem ser descontinuadas antes do início da subida das taxas, Fisher disse apenas “que isso precisa ser avaliado”. “Eu ainda estou pensando sobre a minha posição sobre isso no contexto do fato de que temos liquidez mais do que suficiente no sistema”, acrescentou.

Fisher, que planeja se aposentar no próximo ano, se recusou a dizer quando ou em quanto ele acha que o Fed deve elevar taxas, mas disse que sua projeção do nível de taxa adequado – o seu “ponto” no gráfico do FOMC de projeções de taxas de Fed funds – está “na tendência central”. Fonte: Market News International.

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