A União Europeia “muito provavelmente” vai sobreviver à crise atual, mas uma maior integração fiscal é necessária para o futuro da zona do euro, disse o vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Stanley Fischer.
“A decisão de utilizar a moeda única para conduzir o projeto europeu adiante foi arriscada, e em algum momento ou, provavelmente, em várias etapas, será necessário colocar o quadro fiscal em pauta”, comentou Fischer em discurso preparado para uma conferência organizada pelo Banco Central Europeu (BCE), em Sintra, Portugal.
Fischer afirmou que reveses e crises nos esforços de integração da Europa no pós-Segunda Guerra Mundial têm “estimulado os dirigentes de política monetária a tomar medidas que eles poderiam não ter tomado naquela época, e o resultado final dessas medidas tem sido uma maior união monetária”.
A maior integração monetária com a introdução do euro em 1999 “até recentemente parecia ser um grande sucesso”, comentou Fischer, e ” deixou muito clara a necessidade de maior integração fiscal”.
Fischer expressou otimismo de que a zona do euro irá perdurar, embora reconheça que a União Europeia enfrenta “a possibilidade de grandes dificuldades associadas com a atual crise grega e, mais tarde, com uma potencial saída britânica do grupo”.
A melhor maneira de se preparar para crises futuras, disse ele, é “reforçar o quadro econômico com o qual eles se confrontarão”. Entre outras coisas, observou Fischer, isso “significa a continuação de uma política monetária corajosa e eficaz, e de uma regulação e supervisão do sistema financeiro corajosa e eficaz – embora a política monetária pudesse ser ainda melhor se acompanhada por uma política fiscal expansionista”. Fonte: Dow Jones Newswires.