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Arquivo / O Estado

Grande parte da semente usada
no País é de origem ilegal.

Rio ( AG) – O Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) criará uma força-tarefa para coibir o uso de sementes ilegais de algodão (pirateadas) e com baixo padrão tecnológico. O alvo principal do governo será o comércio ilegal de sementes geneticamente modificadas.

Segundo a Associação Brasileira de Sementes (Abrasem), a demanda brasileira por sementes de algodão para garantir o plantio de cerca de um milhão de hectares é de 13 mil toneladas. Mas, segundo a entidade, 40% dessa demanda, ou mais de cinco mil toneladas, são sementes ilegais.

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O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, determinou que a Secretaria de Política Agrícola estude uma forma de impedir que os produtores de algodão que utilizarem sementes pirateadas ou contrabandeadas tenham acesso aos mecanismos de apoio à comercialização agrícola, principalmente os leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio de Risco de Opção Privada (PROP).

?A intenção do governo é garantir o acesso a esses instrumentos apenas aos produtores que comprovarem o uso de sementes legais ou certificadas em suas lavouras?, disse Rodrigues.

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O ministro enfatizou que o uso de sementes pirata desestimula a geração de novas tecnologias. A Lei de Proteção de Cultivares permitiu à iniciativa privada e órgãos de pesquisas lançarem no mercado sementes melhoradas e resistentes aos impactos de problemas climáticos e pragas.

?Com a pirataria, onde não há pagamento de royalties, os investimentos serão limitados, com perda do padrão tecnológico e conseqüente baixa de produtividade da cultura provocada pela degeneração das cultivares?, acentuou ele.

Durante reunião com a cadeia produtiva da cotonicultura, ontem, o diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Mapa, Álvaro Antônio Nunes Viana, explicou que, além da redução dos investimentos privados na geração de tecnologias, a pirataria pode levar o Brasil a descumprir compromissos internacionais assumidos com a Organização Mundial do Comércio (OMC), como o Tratado sobre Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Trips). Este acordo, de 1995, permite praticamente a globalização de patentes.