Fiscais do Trabalho de todo o País aderiram à paralisação das atividades por causa da Portaria 1.129, que modificou os critérios para enquadramento em trabalho análogo à escravidão, informou nesta quarta-feira, 18, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).

continua após a publicidade

As equipes de cada Estado, que atuam localmente, pararam suas operações de fiscalização. Há, porém, algumas operações de caráter nacional ainda em curso. Também prosseguem trabalhos a cargo dessas divisões, como a reparação financeira aos trabalhadores resgatados.

continua após a publicidade

Representantes dos núcleos estaduais de todo o País assinaram uma carta que será encaminhada à secretária de Inspeção do Trabalho, Maria Teresa Pacheco Jensen. O documento lista uma série de falhas técnicas e jurídicas na portaria e informa, ao final: “Diante da insegurança jurídico-administrativa da continuidade das ações em andamento e das planejadas, informamos a impossibilidade de cumprimento do atual planejamento, com a momentânea paralisação das ações fiscais, até que a situação seja resolvida.”

continua após a publicidade

Os fiscais do Trabalho entendem que a portaria é ilegal e pedem sua revogação. As duas primeiras páginas da carta são dedicadas a listar as leis e convenções internacionais desrespeitadas por ela.

A carta é uma resposta a um memorando circular emitido na terça-feira, 17, pelo substituto de Maria Teresa, João Paulo Ferreira Machado. Ela orientava a equipe a prosseguir os trabalhos conforme as normas anteriores à edição da portaria. Para os fiscais, porém, esse seria um procedimento arriscado porque significaria desrespeitar ordens de um superior hierárquico, no caso, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Por isso eles entenderam estar numa situação de risco jurídico e administrativo.