A queda mais forte do que esperado no grupo Habitação na primeira leitura de maio na capital paulista foi um dos principais responsáveis pelo recuo de 0,03% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do período, segundo o pesquisador Moacir Mokem Yabiku da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A retração de 0,03% repetiu a variação negativa do IPC apurada no fim de abril. “Habitação teve um resultado mais negativo do que o esperado, principalmente por conta do recuo de 5,82% em TV a cabo após ceder 5,84%”, explica.

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O grupo Habitação teve declínio de 0,18%, contrariando a estimativa de -0,10% da Fipe. No fim de abril, o resultado fora de -0,13%. Por isso, a Fipe reduziu marginalmente a expectativa de alta de 0,09% para o IPC fechado este mês para 0,07%. Se a projeção for confirmada, ficará maior que a taxa negativa de 0,05% de maio do ano passado.

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Além disso, o conjunto de preços de Despesas Pessoais, que cedeu 0,22% na primeira quadrissemana, também surpreendeu, pois esperava alta de 0,11%. “Neste caso, o destaque foi a queda registrada nos preços de bebidas alcoólicas, de 0,34% de alta de 0,11%”, diz, acrescentando que o movimento pode estar refletindo alguma promoção em razão da antecipação das vendas para a Copa e por se tratar de um período que normalmente as vendas são mais fracas por causa do clima mais ameno.

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Já o recuo de 0,09% no grupo Alimentação veio praticamente conforme o esperado, que era de declínio de 0,10%. Contudo Yabiku ressalta que a queda de 5,36% nos preços do frango voltou a liderar a lista das maiores influências de baixa no IPC. “Os preços seguem bem convidativos no Brasil pela dificuldade nas exportações, por exemplo”, cita. Já a cebola ficou 34,56% mais cara, na comparação com 21,52% no fim de abril.

De acordo com Yabiku, o aumento do dólar recentemente pode ter dificuldade para ser repassado para os preços no varejo em razão da atividade ainda fraca. “É difícil saber como e se haverá repasse. A indústria trabalha com estoque e a atividade está com dificuldade de retomar o crescimento. Também é preciso avaliar se os preços das commodities vão continuar avançando.”