A inflação na cidade de São Paulo deve fechar junho com alta de 0,55%, taxa bem mais expressiva que a de 0,10% apurada em maio. A previsão foi divulgada nesta quarta-feira (5) pelo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Rafael Costa Lima, em entrevista coletiva à imprensa, na sede da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), na capital paulista. Se a variação prevista para o sexto mês do ano for confirmada, será superior à de 0,23% registrada em junho de 2012.

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“A desaceleração inesperada do IPC (a estimativa da Fipe era de 0,20% para maio) fez a taxa acumulada no ano ficar em 5,11%, que está abaixo do que foi visto em fevereiro (5,91%). É difícil que a taxa fique muito inferior a 5,00%, que ainda é nossa estimativa para o final do ano, pois teve o reajuste na tarifa de transporte coletivo”, avaliou.

Cálculos preliminares da Fipe divulgados recentemente mostravam que o aumento nos preços das passagens de ônibus urbano, integração, metrô e trem na cidade de São Paulo elevaria o IPC em 0,28 ponto porcentual ao final de junho. Hoje, contudo, Costa Lima atualizou os números e afirmou que o impacto do reajuste na inflação paulistana será de 0,32 ponto porcentual ao fim deste mês. Para julho, ficaria apenas um resquício de 0,01 ponto porcentual.

O IPC de junho também deverá ser influenciado pela expectativa de aceleração nos preços dos alimentos. Segundo o economista, o grupo, que teve deflação inesperada de 0,28% em maio, deverá fechar este mês com elevação de 0,34%. “A queda dos alimentos in natura (-1,21%) demorou para acontecer e chegou para valer (em maio). Agora, em junho, a devolução (da queda) deve ocorrer de forma gradual”, estimou.

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Além da estimativa de que o grupo Alimentação deverá pressionar a inflação de junho na capital, Costa Lima disse que o aumento recente nos preços de gás canalizado (de 6,50%) e o fim da redução de PIS/Cofins na conta de luz deverão impulsionar o IPC do período. “Além das passagens de ônibus (no grupo Transportes), tem o PIS/Cofins que deve começar a voltar, afetando o grupo Habitação”, afirmou, acrescentando que prevê taxas de 0,32% para Habitação, de 0,34% para Alimentação e de 1,86% em Transportes ao final de junho.

A despeito da expectativa de variações mais expressivas em junho, especialmente no grupo Transportes, que teve alta de apenas 0,04% em maio, Costa Lima avaliou que a inflação paulistana não preocupa tanto. “A ideia é de que os preços não estão galgando, mas também estão longe de estar controlados. O reajuste de ônibus ficou abaixo da inflação. Além disso, a desoneração da cesta básica também ajudou”, contou.

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