O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Rafael Costa Lima, manteve sua expectativa de variação de 0,17% para o indicador no fechamento de março, uma vez que o IPC da terceira quadrissemana do mês, de 0,10%, veio colado à sua previsão de 0,11% para esta leitura. “A curtíssimo prazo vamos continuar com inflação baixa. Não tem nada no radar despontando como grande pressão para a inflação”, disse o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em entrevista nesta terça-feira para comentar o dado.

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De acordo com Costa Lima, embora os preços venham acelerando nas últimas quadrissemanas, “a inflação se encontra em níveis muito baixos, comparada a 12 meses atrás”. Em março de 2011, o IPC registrara variação de 0,35%. Se confirmada a estimativa da Fipe de 0,17% para o fechamento do mês corrente, o IPC acumulará no primeiro trimestre taxa de 0,76%, a mais baixa desde 2006 (0,62%). “Na conta de 12 meses, saindo a alta de 0,35% para dar lugar a de 0,17% prevista, é provável que o acumulado fique abaixo de 4,5%”, disse o coordenador, citando o centro da meta de inflação do governo para o IPCA. “Vamos andar abaixo desta marca até abril ou maio”, previu.

O coordenador também preservou a estimativa de alta de 5,30% para o IPC em 2012. “Há grande chance de isso furar para baixo, mas ainda é cedo para revisar. A partir do segundo semestre o cenário (de inflação) é mais incerto. Se o mundo entrar em recuperação, os preços de commodities podem subir e pressionar”, avaliou o coordenador do IPC, lembrando ainda dos possíveis impactos sobre os preços das medidas do governo para estimular a atividade. “É possível que em algum momento isso chegue aos preços”, afirmou.

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