O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, revisou hoje a previsão para a taxa do indicador de inflação paulistano do fim de junho. Em entrevista concedida à Agência Estado na sede da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ele informou que passou a trabalhar com uma expectativa de deflação de 0,07% para o IPC do mês, contra uma projeção anterior de alta de 0,08% feita na semana passada.

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O grande motivo para a mudança na previsão foi a divulgação feita hoje pela Fipe do IPC da segunda quadrissemana do mês. Segundo o instituto, o indicador registrou taxa negativa de 0,08% no período, o que representou a primeira deflação na cidade de São Paulo desde a terceira quadrissemana de junho de 2010, quando o indicador caiu também 0,08%. O resultado significou a taxa mais baixa do índice de inflação na capital paulista desde a primeira quadrissemana de julho de 2006, quando houve deflação de 0,19%.

Além de mostrar uma desaceleração ante a taxa positiva de 0,05% da primeira quadrissemana de junho de 2011, o resultado divulgado hoje pela Fipe para a segunda leitura do mês ficou abaixo do número previsto por Comune, que era de taxa zero. “O IPC se tornou negativo e a tendência é de que continue assim até o fechamento do mês”, disse ele, que também revisou a expectativa para a terceira quadrissemana do mês de zero para um deflação de 0,13%.

De acordo com o coordenador, a surpresa com o IPC da segunda quadrissemana está ligada ao comportamento mais favorável que o esperado dos grupos Transporte e Alimentação. De acordo com a Fipe, o conjunto de preços dos Transportes saiu de uma queda de 0,74%, na primeira leitura do mês para uma baixa de 1,10% na segunda medição de junho e respondeu por um alívio de 0,18 ponto porcentual para a taxa geral do IPC. A Alimentação, por sua vez, saiu de uma redução de 0,29% na primeira quadrissemana para um declínio de 0,58% na segunda leitura de junho. O recuo mais intenso do grupo respondeu por um alívio de 0,13 ponto porcentual no resultado geral.

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No caso dos Transportes, Comune voltou a chamar a atenção para os preços do etanol e da gasolina, que apresentaram quedas de 18,52% e 3,42%, respectivamente, na segunda quadrissemana de junho. Quanto à Alimentação, o maior destaque ficou por conta dos preços dos produtos in natura, que tiveram recuo expressivo de 4,17% na segunda leitura do mês.