O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, elevou nesta quinta-feira, 09, de 0,40% para 0,42%, a estimativa para a taxa de inflação de outubro na cidade de São Paulo. Em entrevista, ele explicou que a alteração tem ligação menos com o atual cenário apresentado pelo indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e mais com informações novas de pressões que poderão ser observadas em determinados grupos, como os de Habitação e Vestuário, ao longo do mês.

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Nesta quinta-feira, o instituto divulgou que o IPC apresentou taxa de inflação de 0,32% na primeira quadrissemana de outubro, ante alta de 0,21% no encerramento de setembro. O resultado ficou colado à previsão de Chagas, que era de uma inflação de 0,31%. Também ficou dentro do intervalo de expectativas dos economistas do mercado financeiro, que, no levantamento do AE Projeções, aguardavam taxa de 0,23% a 0,34%, com mediana de 0,28%.

“Houve uma aceleração mais forte, mas ela veio dentro do que esperávamos”, comentou o coordenador do IPC da Fipe. Chagas chamou a atenção, por exemplo, para a alta do grupo Alimentação, de 1,11% na primeira leitura do mês (ante 0,72% no fim de setembro), que veio exatamente igual à previsão do instituto.

De acordo com o coordenador, a Alimentação simplesmente está confirmando o que se esperava para o grupo. Entre os destaques da primeira quadrissemana de outubro, o subgrupo Semielaborados subiu 2,90%, contra avanço de 2,78% da leitura anterior, e contou com as altas do frango (6,25%) e da carne bovina (3,80%) como principais elementos de pressão. Outro subgrupo que chamou a atenção foi o de Produtos In Natura, que apresentou variação positiva de 0,69%, deixando o terreno negativo do fim de setembro, quando recuou 0,78%.

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Fora do grupo Alimentação, ainda chamou a atenção da Fipe o comportamento do grupo Habitação, que teve declínio de 0,18% na primeira quadrissemana, ante baixa de 0,22% no encerramento de setembro. Segundo Chagas, o conjunto de preços ainda reflete o comportamento da conta de telefonia fixa, cuja queda foi de 4,23% na primeira leitura de outubro, já menor que o recuo de 6,74% do fechamento de setembro.

Para Chagas, este efeito de alívio da conta deve continuar no IPC somente até a segunda quadrissemana de outubro. Somado a este detalhe, o grupo Habitação deverá contar com um elemento de pressão novamente ligado à tarifa de energia elétrica. Tudo porque, na determinação mensal da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) à Eletropaulo, as alíquotas de PIS/Cofins que incidem sobre as contas dos consumidores tendem a gerar maior inflação em outubro ante o mês passado.

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“As alíquotas deste mês serão as maiores do ano”, comentou Chagas. “Só por conta desta nova informação de PIS/Cofins, teremos 0,03 ponto porcentual de contribuição a mais para a inflação”, destacou.

Além deste novo dado ligado à Habitação, a Fipe também está contabilizando agora uma perspectiva de novo comportamento para o grupo Vestuário, que teve alta de 0,38% na primeira quadrissemana de outubro, ante aumento de 0,22% no fim de setembro. Com as coletas recentes que o instituto realizou, passou a projetar uma elevação de 0,11% para o fim do mês, em vez da queda estimada anteriormente de 0,18%.

Para a Alimentação, a Fipe fez um leve ajuste para cima na expectativa de alta para o mês, de 1,17% para 1,24%. Para Habitação, elevou a projeção de variação positiva de 0,14% para 0,19%.