Fipe eleva projeção do IPC de abril em SP para 0,62%

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, elevou hoje, de 0,50% para 0,62%, a estimativa para a taxa de inflação de abril na cidade de São Paulo. Em entrevista à Agência Estado, ele afirmou que o principal fator que motivou a revisão para cima foi o comportamento dos preços da gasolina e do etanol, que foram os líderes do ranking de contribuição de alta do indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na segunda quadrissemana de abril.

Hoje, a Fipe divulgou que o IPC subiu 0,61% na segunda leitura de abril ante uma alta de 0,48% na primeira quadrissemana do mês. Entre os dois levantamentos da Fipe, a alta da gasolina passou de 3,89% para 5,12% e respondeu sozinha por 0,13 ponto porcentual (22%) da taxa geral de inflação. A variação positiva do etanol, por sua vez, passou de 16,67% para 16,81% e representou 0,09 ponto porcentual (14%) do IPC. “Os campeões da vilania nesta segunda quadrissemana foram a gasolina e o etanol”, disse Comune, referindo-se aos itens que representaram juntos 36% de toda a alta do IPC e que mantiveram o grupo Transportes com elevação significativa no período, de 1,41%, ante 1,40% da primeira quadrissemana de abril.

De acordo com Comune, o fato de a inflação paulistana ter sido puxada especialmente pela gasolina e pelo etanol mostra que o cenário do IPC da Fipe é de “inflação concentrada” em poucos produtos. Para o coordenador, o comportamento de ambos os combustíveis está atrasado, em relação ao que acontece tradicionalmente a cada ano.

Ele disse que, normalmente, a partir de março, o etanol e a gasolina começam a mostrar desaceleração nos preços, mas, em 2011, este movimento tende a ser verificado somente no final de abril. “O etanol já deve mostrar alta menor na terceira quadrissemana do mês e a relação do produto com o preço da gasolina, que hoje está acima de 70%, deve chegar em 65% no final do mês”, afirmou.

Segundo projeção de Comune, o IPC tende a subir para 0,64% na terceira quadrissemana e, no fechamento, desacelerar para a taxa estimada de 0,62%. Especificamente para o grupo Transportes, ele previu uma alta de 1,33% na terceira leitura do mês e uma variação positiva menor, de 1,03%, no encerramento de abril.

Para o grupo Saúde, que já avançou de 0,51% para 0,82% entre a primeira quadrissemana e a segunda leitura do mês, Comune informou que aguarda uma alta de 1,14% para a terceira quadrissemana e um avanço de 1,49% para o fechamento do mês. De acordo com ele, o grupo já mostra influência do recente aumento nos preços dos remédios autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, ligada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e tende a continuar pressionando a inflação também em maio.

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