Os repasses da alta do dólar para os preços ao consumidor, especificamente sobre os alimentos, levaram o coordenador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Heron do Carmo, a elevar a previsão do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para o ano de 4,5% para 5,5%. A última revisão do IPC para 2002 foi feita na metade do ano, quando a onda de reajustes das tarifas públicas elevou a projeção anual de inflação de 4% para 4,5%.
?Essa revisão se deve aos preços dos alimentos e ao impacto do câmbio sobre os preços de vários produtos que compõem o índice?, disse Carmo. A questão, segundo ele, é que não há sinalização no curto prazo de que essas pressões possam ser revertidas.
Heron disse que os repasses da variação do câmbio e a alta dos alimentos responderam em setembro por 0,50 ponto porcentual da taxa total apurada no período (0,76%). ?É provável que depois das eleições o governo autorize reajuste dos preços de gasolina e gás de cozinha?, disse ao explicar as possíveis pressões que a inflação poderá sofrer até o fim do ano.