A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) elevou hoje de 4,50% para 5,04% a previsão de inflação para o município de São Paulo em 2010. A informação foi dada pelo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antônio Evaldo Comune. A revisão, de acordo com ele, levou em consideração o aumento da inflação em janeiro e fevereiro, quando foram registrados reajustes acima do esperado das passagens de ônibus e IPTU. O aumento do ônibus, de 17%, foi dado em uma única vez, o que impactou bastante a inflação do grupo Transporte. O IPTU foi reajustado na planta em 30%, mas como houve isenções para alguns proprietários, o reajuste atingiu 24% na amostra da Fipe, de aproximadamente 2,5 mil domicílios. “Todo ano tem IPTU, mas neste ano a aumento foi muito forte”, acabou.
De acordo com Comune, considerando a inflação de 1,34% de janeiro, de 0,64% em fevereiro e de 0,34% em março, já há condições de prever a inflação para abril. Pelos cálculos da Fipe, será de 0,35%. A partir de maio, o coordenador da Fipe espera uma taxa mensal de inflação ao redor de 0,27%, o que levará a um IPC de 5,04% no encerramento do ano. Quanto à inflação de março, de acordo com Comune, a alta de 1,43% do grupo alimentação contribuiu com 96% do IPC, pelo lado das altas. Pelo lado das quedas, o grupo Transporte (-0,50%) respondeu por uma contribuição negativa de 23%.
As maiores altas dentro do grupo Alimentação em março foram açúcar (9,89%), Leite Longa Vida (9,59%), feijão (7,05%) e o campeão tomate, com reajuste de 51,19% na comparação com fevereiro. No grupo Transportes, a queda foi provocada pelo preço do álcool (-10,19%) e da gasolina (-1,31%). A queda destes dois combustíveis está associada à entrada da safra de cana-de-açúcar.
