São Paulo – O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP, Heron do Carmo, criticou duramente ontem a Caixa Econômica Federal (CEF), que por meio de uma medida administrativa aplicou reajustes de até 100% nos preços de algumas loterias.
“Agora teremos também a inflação da ilusão”, disse Heron do Carmo, acrescentando que por causa desta medida a inflação fechada deste ano deverá sofrer um acréscimo de 0,20 ponto porcentual. Os cálculos do economista da Fipe consideram um aumento médio de 50% nos preços das loterias e o peso de 0,41% deste item na composição do IPC-Fipe.
A CEF, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou os aumentos e disse que eles entram em vigor no dia 2 de novembro. A instituição justificou que desde 1994 os jogos lotéricos não eram reajustados.
A Mega-Sena, que custava R$ 1, foi reajustada em 50% para R$ 1,50. As apostas na Quina foram aumentadas em 100%, com os jogos com cinco números passando de R$ 0,25 para R$ 0,50; os de seis números, de R$ 0,50 para R$ 1 e os de sete apostas de R$ 1 para R$ 2. A aposta simples da Loteca foi aumentada em 100%, de R$ 0,50 para R$ 1.