economia

Financiamento das linhas 5 e 17 do Metrô deve ser feito com o caixa da CCR

A concessão das linhas 5 e 17 do Metrô de São Paulo conquistada no leilão pelo consórcio Via Mobilidade, composto por CCR (com 83,34% de participação) e RuasInvest, com proposta de R$ 553,88 milhões, deverá ser financiada, a princípio, com o próprio caixa da companhia, afirmou Leonardo Vianna, presidente da divisão de Mobilidade da CCR. “Esse valor Não pesa absolutamente nada hoje na situação financeira da CCR.”

O valor pela outorga fixa das linhas representa um prêmio de 185% em relação ao valor mínimo estipulado para a disputa. O executivo ressaltou que as novas linhas de metrô estão em linha com a estratégia da CCR em focar nas atividades de operação. “Não somos construtores. A linha 5 vem de encontro com a nossa estratégia, diferentemente da linha 6, que tinha uma baita de uma obra envolvida. Na linha 6 nós não participamos, e esse foi um dos motivos.”

Questionado sobre os riscos ao projeto, Vianna disse enxergar alguns atrelados principalmente à linha 17-Ouro, já que ainda não há a experiência com a tecnologia do monotrilho. “Não sabemos exatamente como vão se comportar principalmente custos operacionais do monotrilho”, destaca. Em relação aos trens dessa linha, que ainda deverão ser entregues por uma fabricante com pouco histórico no equipamento, a CCR conta com a entrega no prazo e espera que tenham a performance esperada. “Se tiver algum tipo de problema nos trens, vamos ter que resolver e correr atrás, porque aí já passa a ser risco nosso.”

O executivo ressalta, porém, que a demanda estimada para a linha é pouco expressiva no total do projeto. “Não é um trecho significativo, são cerca de 180 mil passageiros em um total de quase 1 milhão de passageiros por ano.” Comentando o estudo de demanda feito pela companhia, Vianna avaliou que está “bastante pé no chão” e em linha com o proposto pelo governo. “Conhecemos bem o sistema de metrô de São Paulo, operamos a linha 4 há dez anos, então sabemos como se comporta.”

Sobre a Taxa Interna de Retorno (TIR) utilizada na proposta, o executivo comentou que está dentro da política de disciplina de capital da empresa. “A gente tem aquela disciplina de não fazer bobagem, de não arriscar e sair do nosso limite”, observa. No estudo do governo, a TIR estimada para o projeto é em torno de 9%.

Vianna classificou ainda como “infundadas” as acusações de que o leilão tenha sido direcionado ao Grupo CCR, uma vez que o governo paulista teria usado apenas 20% do estudo da companhia feito na fase de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Ainda de acordo com ele, serão criados 1.200 novos postos de trabalho nas linhas 5 e 17 quando estiverem completas.

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