O uso de amido de mandioca – misturado à farinha de trigo – na fabricação do pão francês está reduzindo em até 10% o preço do produto. Financiada pelo programa Paraná Agroindustrial, do Governo do Estado, a nova tecnologia é aplicada em padarias nas regiões Oeste e Noroeste do Paraná, onde cerca de 300 padeiros já foram treinados. Até agora, foram aplicados R$ 40 mil no trabalho.

Para o professor Eduardo Cesar Dechechi, coordenador técnico do Paraná Agroindustrial, o projeto é importante porque apresenta vantagens econômicas e sociais. “A adição de fécula de mandioca na massa do pão pode reduzir a importação de trigo. Com a redução na importação, é possível evitar a vulnerabilidade do preço do pão em função da variação do dólar”, explicou. Entre as vantagens sociais, Dechechi aponta a geração de emprego e renda no campo, com a sustentação do cultivo de mandioca.

Na região de Cascavel, o projeto do “Brasileirinho” – como é conhecido o pão com amido de mandioca – foi desenvolvido pelo pesquisador Dermanio Tadeu Lima Ferreira, da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel (Fundetec), uma das instituições que recebeu recursos do Estado.

Tadeu explica que o limite máximo de fécula de mandioca adicionado à farinha de trigo é de 20%. Essa mistura permite obter as mesmas características do pão francês, “como a casca crocante, tão valorizada pelos consumidores”.

Além disso, tem a vantagem de o pão não ficar oco, porque o miolo apresenta uma consistência mais firme. “Para a fabricação de pães de forma, de cachorro-quente, de hamburguer e massas pizzas, a mistura ideal deve ser 40% de fécula de mandioca e 60% de farinha de trigo”, informa o pesquisador da Fundetec.

Com a aceitação por parte dos clientes nas regiões Oeste e Noroeste, o moinho Agrícola Horizonte, de Marechal Cândido Rondon, está fabricando a mistura de farinha com a fécula de mandioca para as panificadoras. Atualmente, 40% das vendas do moinho correspondem à mistura de pão com a fécula de mandioca.

Curso

Hoje, a fabricação do pão com adição de amido de mandioca será tema de um curso, entre às 13h30 e 17h30, na Pontifícia Universidade Católica, em Curitiba. “Os resultados são excelentes e muito mais pode ser feito. A qualidade do ?Brasileirinho? é indiscutível e a redução no preço do pão é um fator dos mais significativos”, disse o pesquisador Dermanio Tadeu Lima Ferreira.

O projeto do “Brasileiriho”, desenvolvido pelo Paraná Agroindustrial, tem também o apoio do Instituto Evaldo Lodi (IEL), Sebrae e Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam).

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