O fim da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investidores estrangeiros interessados em renda fixa foi elogiada pelo jornal “Financial Times” (FT), da Grã-Bretanha. Em dois textos, a publicação avalia, positivamente, a decisão anunciada nesta terça-feira, 4, à noite e diz que o Brasil “parece retornar à ortodoxia” econômica com a medida divulgada uma semana após o aumento do juro básico.

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“O Brasil acabou com uma das pedras angulares de sua guerra cambial contra a entrada de capital externo ao cortar o imposto sobre investimentos estrangeiros em títulos de renda fixa”, diz reportagem publicada na página do “FT” na internet. Em outro texto, publicado no blogue sobre mercados emergentes “BeyondBrics”, o jornalista Jonathan Wheatley diz que a decisão é “bem-vinda”. “O uso (do IOF) enquadrava-se na categoria de controles de capital – o tipo de política heterodoxa que muitos investidores odeiam porque é arbitrário e imprevisível e distorce os fluxos do livre-mercado”, diz.

Além disso, Wheatley lembra que a decisão do Ministério da Fazenda aconteceu apenas uma semana após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevar as taxas de juros em ritmo mais forte, “apesar de os números do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre terem sido decepcionantes”. “Um sinal de que o BC estava falando sério sobre as metas de inflação”, diz. “Tomadas em conjunto, as duas medidas parecem um bem-vindo retorno à ortodoxia”, completa o texto.

O texto publicado no blogue observa que analistas elogiaram a decisão, mas o mercado permanece com cautela sobre o Brasil, uma vez que há vários pontos que têm chamado a atenção dos investidores e continuam no radar mesmo sem o IOF para a renda fixa, como o ritmo fraco da economia e a deterioração da conta-corrente.

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