O preço da gasolina comum voltou a subir em Curitiba, para decepção dos motoristas. Em menos de dez dias, o litro que custava R$ 1,99 passou para R$ 2,09 e chegou a R$ 2,19 em alguns postos na última segunda-feira. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, a alta se deve ao fim da guerra de preços promovida por duas grandes companhias de combustíveis.
?Tivemos durante quarenta dias uma briga entre as duas maiores companhias, que parece ter chegado ao fim?, apontou Fregonese. Segundo ele, as distribuidoras em questão, que juntas detêm 56% do mercado, comunicaram aos revendedores que a partir de 1.º de março (ontem) os preços voltariam ao normal. ?Esse tipo de briga não dura muito tempo. Não há condições de praticar preço muito alto, nem muito baixo?, afirmou Fregonese.
Segundo ele, com os subsídios concedidos a alguns revendedores, o custo da gasolina chegava a R$ 1,88 o litro, enquanto o preço médio girava entre R$ 1,94 e R$ 1,97. Agora, sem os descontos, o custo deve variar entre R$ 1,98 e R$ 2,05. Já os preços nas bombas passaram de R$ 1,99 para R$ 2,19 em diversos postos de Curitiba. ?Os preços estavam extremamente depreciados. Agora, a tendência é de que voltem à sua normalidade?, apontou. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana passada o preço médio da gasolina em Curitiba era de R$ 2,07, enquanto a média nacional era de R$ 2,25. ?Curitiba é a capital com menor preço da gasolina. Também no Paraná, é a cidade que pratica o menor preço?, afirmou.
Convenção coletiva
Quem acha que o preço da gasolina já está alto, um alerta: ele pode subir ainda mais. É que 1.º de março é a data-base da categoria e, segundo Fregonese, o sindicato laboral está pedindo reajuste salarial conforme a variação do IGPM, mais 10% de produtividade. ?Eles estão reivindicando, não significa que vamos aceitar. Mas de qualquer forma, o revendedor já tem que fazer caixa e se preparar para conceder o aumento?, comentou. Um frentista que trabalha sete horas e vinte minutos por dia custa para o posto R$ 1,2 mil, entre salários e encargos, de acordo com o presidente do Sindicombustíveis-PR. ?Uma das maiores contas que o posto tem é a folha de pagamento?, afirmou.
Apesar de todos os fatores indicarem que os preços podem continuar subindo, Fregonese diz que as estimativas podem não se confirmar, já que a concorrência também é forte. ?O mercado é muito nervoso. A gente não sabe exatamente qual vai ser a reação.?
