Fim da greve nas montadoras divide metalúrgicos

Funcionários da montadora francesa Renault e da Nissan, em São José dos Pinhais, voltaram ontem ao trabalho. Em assembléia, eles aceitaram o acordo de reajuste salarial fechado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e o Sinfavea, entidade patronal que representa as montadoras. A greve teve início na quinta-feira passada.  

Já na Volkswagen, houve um ?racha? entre os trabalhadores: a maioria dos metalúrgicos do segundo turno, que se reuniram em assembléia no portão da fábrica ontem às 14h30, rejeitou a proposta, enquanto os metalúrgicos do primeiro turno aceitaram. Às 23h, estava marcada nova assembléia com os trabalhadores do segundo e terceiro turnos para definir a questão. Caso a proposta seja reprovada, o sindicato dará um prazo de 48 horas para a Volks melhorá-la.

?O pessoal ficou dividido, e a direção do sindicato decidiu fazer nova assembléia com os dois turnos (segundo e terceiro)?, explicou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Nelson Silva de Souza. Segundo ele, os metalúrgicos do primeiro turno aceitaram, pela manhã, o reajuste salarial e voltaram a trabalhar. No segundo turno, mesmo com a maioria discordando da proposta, a ordem foi que voltassem ao trabalho e deixassem para decidir pelo fim da greve, ou não, apenas à noite.

Inicialmente, os trabalhadores reivindicavam reajuste salarial de 8,5% para ser aplicado já em setembro, com R$ 800,00 de abono em 5 de outubro, ou os mesmos 8,5% para janeiro de 2008, só que com R$ 2 mil de abono para 5 de outubro. Já o Sinfavea ofereceu cinco propostas, com reajuste de 7,44% e abono entre R$ 700,00 e R$ 2 mil, dependendo de quando o reajuste salarial entraria em vigor. Na última terça-feira, em audiência de conciliação no TRT, foi fechado acordo de reajuste de 7,44% a partir de dezembro, com abono de R$ 1,5 mil – foi esta a proposta apresentada ontem aos metalúrgicos.

Em relação às 35 horas paradas – correspondentes a quatro dias de greve e três horas de protesto -, 11 delas vão ser abonadas e as 24 restantes serão ou compensadas ou descontadas em duas parcelas: metade no salário de outubro e metade em novembro.

Queda na produção

Nos quatro dias de greve, as montadoras instaladas em São José dos Pinhais deixaram de produzir, juntas, cerca de 6,5 mil veículos: cerca de 3.320 na Volks, 2.800 na Renault e outros 360 na Nissan. A Volks emprega cerca de 3,6 mil trabalhadores, com média salarial de R$ 1.600,00. Nela, são fabricados os modelos Fox (de duas e quatro portas), Crossfox, Fox Europa e Golf. Do total da produção, 70% são comercializados no mercado interno. O restante é exportado para países da América e Europa.

Na Renault, são fabricados os modelos Clio, Scenic, Logan, Megane e Megane Grand Tour. Cerca de 80% da produção é vendida no Brasil. O restante é exportado para a Argentina, México, Uruguai e Chile. A montadora francesa instalada no Paraná emprega 3 mil trabalhadores. A média salarial é de R$ 1.400,00. Já a Nissan, cuja fábrica é anexa à da Renault, produz os modelos Máster e Xterra. Cerca de 90% da fabricação é comercializada no mercado interno, com o restante sendo exportado para a Argentina, Uruguai e Chile.

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