Rio (AE) – Com o fim da deflação nos preços do varejo (de -0,13% para 0,05%), a segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu de 0,21% em julho para 0,25% em agosto. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação para o consumidor foi puxada para cima devido ao fim da queda dos preços dos alimentos (de -0,66% para 0,41%), item determinante na taxa apurada pela segunda prévia de agosto.
Usado para reajustar preços de aluguel e de energia elétrica, o IGP-M acumula altas de 1,80% no ano e de 2,27% em 12 meses, até a segunda prévia de agosto – que abrange o período de 21 de julho a 10 de agosto. Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o resultado da segunda prévia renova as expectativas de que o IGP-M integral do mês seja maior do que a taxa de julho (0,18%).
Ele comentou que o IGP-M de julho foi muito baixo, influenciado por fatores como o comportamento favorável dos preços das commodities no atacado. ?Aquele período de julho foi afetado por uma ?superdesaceleração? de preços, em vários itens que caíram ou desaceleraram além do normal?, disse, acrescentando que esse não é o caso em agosto.
Ao detalhar o resultado da segunda prévia do IGP-M de agosto, Quadros comentou que a inflação no setor de alimentação, no varejo, foi puxada para cima pela disparada nos preços das frutas (12,39%). ?A aceleração nos preços das frutas foi mesmo a principal influência na alta dos preços dos alimentos?, admitiu o economista.
Outro fator ressaltado pelo técnico ao comentar a alta nos preços dos alimentos foi o comportamento das carnes bovinas, cuja deflação também chegou ao fim no varejo (de -1,24% para 0,17%). Isso porque, no atacado, os preços dos bovinos estão acelerando (de 1,07% para 6,80%) – o que conduziu a um repasse desse cenário para os preços ao consumidor.
O atacado também contribuiu para a alta na segunda prévia do IGP-M – embora com menos intensidade do que o varejo. A elevação nos preços no setor atacadista passou de 0,21% para 0,25%, da segunda prévia de julho para igual prévia em agosto, pressionada pelo fim da deflação nos preços dos combustíveis (de -0,41% para 0,91%). ?Os preços do atacado têm duas vezes mais peso do que os do varejo. Mas os preços do varejo aceleraram mais de quatro vezes que os do atacado?, justificou o economista. Já a elevação nos preços da construção civil, de menor peso na formação do IGP-M, perdeu força (de 0,59% para 0,40%), da segunda prévia de julho para igual prévia em agosto.