O coordenador-adjunto de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, avaliou que a estratégia de administração da dívida pública não mudou depois da extinção da CPMF.
Segundo ele, o importante para a administração da dívida foi o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a meta do superávit primário do setor público (economia que o governo federal faz para pagamento de juros da dívida) para 2008 será mantida. Atualmente, a meta é de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Desde a votação da CPMF, o Tesouro já fez três leilões de venda de títulos e, segundo Garrido, o custo dos papéis está influenciado por fatores ligados ao mercado internacional. "O mercado de dívida foi influenciado por fatores externos.
Garrido afirmou que o Tesouro tem mantido a sua estratégia de captação mesmo com a volatilidade do mercado interno dando continuidade ao processo de aumento da participação dos títulos pré-fixados na composição da dívida. Ele admitiu, no entanto, que a volatilidade externa tem impactado no custo de emissão do Tesouro. "Percebemos que desde agosto este custo tem flutuado de acordo com a volatilidade externa", disse o coordenador.
2007
Garrido previu que a dívida mobiliária federal interna deverá terminar o ano com o resgate líquido de títulos. Até novembro, a dívida apresentava um resgate líquido de R$ 2,5 bilhões. Para Garrido, pela magnitude do tamanho da dívida, esse volume representa um cenário de estabilidade das emissões, com rolagem de quase 100% dos vencimentos.
O coordenador de controle da dívida pública do Tesouro, Antônio de Pádua, destacou que o fato de o Tesouro não ter feito emissões líquidas de títulos este ano não representa uma redução do chamado colchão de liquidez. Segundo ele, o tamanho do colchão continua o mesmo, com volume capaz de rolar os vencimentos de títulos nos próximos quatro a cinco meses.
A dívida total, interna e externa, até novembro, apresenta o resgate líquido de R$ 28,7 bilhões. Desse total, R$ 26,2 bilhões foram resgate líquido da dívida externa e o restante, R$ 2,5 bilhões, da dívida interna.